sábado, 30 de março de 2019

Sol

O sol que ainda não atingiu
O preciso prumo do dia em que a sombra
Se desvanece e o corpo tem o seu
Perfil mais inteiro, num socalco do tempo
Em que a mão do escultor trabalha
O seu recorte de linhas sonoras
Como sílabas, e o fecha nesse instante
Único, antes que a hora o fira
Com as manchas da tarde.

JÚDICE, Nuno, Memória lêveda, Navegação de acaso, Lisboa, D. Quixote, 2013, p. 87.

sexta-feira, 29 de março de 2019

Telhados de Lisboa









Berlenga lá longe

Hortense
A Ilha da Berlenga dista cerca de 7 milhas do Porto de Peniche, com comprimento e largura máximos de 1500 e 800 metros respectivamente, um perímetro de 4000 metros, 88 metros de altitude máxima e -30 de mínima.

Fonte:  http://www.cm-peniche.pt/turismo_ilhaberlenga

Geraldo Sem Pavor

Geraldo Geraldes, mais conhecido pelo nome de Geraldo sem Pavor foi uma personagem representativa do período de formação das fronteiras de Portugal, no século XII. Durante a conquista da região do Alentejo por D. Afonso Henriques e também da Estremadura espanhola, Geraldo Sem Pavor ofereceu-se como voluntário para tomar a cidade de Évora, bem como outras localidades vizinhas. Utilizando como base de operações o castro hoje conhecido como Castelo do Geraldo - próximo de Valverde, e do qual existem algumas ruínas, introduziu-se nos muros da cidade, executando o governador mouro e entregando a praça ao soberano.


Figura central na iconografia da cidade de Évora, encontra-se representado em posição central no brasão de armas do município, montado a cavalo e empunhando a espada em riste. Em toda a cidade conquistada por este cavaleiro há emblemas a lembrar este acontecimento, estando a representação fotografada da lendária figura de Évora presente na torre norte da Sé de Évora.

Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 21 de março de 2019

Poesia de João de Deus

Não sou eu tão tola
Que caia em casar;
Mulher não é rola
Que tenha um só par:
Eu tenho um moreno.
Tenho um de outra cor,
Tenho um mais pequeno,
Tenho um outro maior.

Poema in MÓNICA, Maria Filomena, Cesário Verde - Um génio ignorado, Lisboa, Alétheia Editores, 2007, p. 113.


BOBIN, CHRISTIAN, Francisco e o Pequenino, Braga, Editorial A.O., 2013, p.  20.

Flores na praia




Buarcos

Pôr do sol no Alentejo

Évora

terça-feira, 19 de março de 2019

Interior do Museu Condes Guimarães




























Quando um homem faz um filho

... eu não pretendia ter filhos, e lembro-me que discutimos esse assunto, e discordámos. Disse-te então que não gostaria que ficasse neste mundo sinal algum da minha passagem, a não ser, vagamente, uma imprecisa nostalgia pousada sobre os lugares, as pessoas, os objectos que um dia intensamente amei. Um homem faz um filho e o que acontece? Depressa este lhe dá dois netos, e aqueles quatro bisnetos, e assim por diante, originando um ruidoso caudal de gente que irá com o seu nome atravessar a eternidade. Fazer um filho é gerar um universo.

AGUALUSA, José Eduardo, Nação crioula, 6.ª edição, Alfragide, D. Quixote, 2008, pp.123-124.

Luta

Aquele que luta contra os agentes da punição faz, de algum modo, a própria defesa individual contra uma ordem jurídica que o não respeita nem o protege.

AGUALUSA, José Eduardo, Nação crioula, 6.ª edição, Alfragide, D. Quixote, 2008, p.121.

A importância de um nome

Periquito bonito, periquito bonito.
E assobiava, sorrindo.
Nunca lhe tinha dado nome porque nunca encontrara um nome que lhe assentasse. Um nome tem muita importância, muda a maneira como se olha para o nomeado e, por fim, acaba mesmo por mudar o próprio nomeado.

PEIXOTO, José Luís, Galveias, Lisboa, Quetzal, 2014, p. 96.

sexta-feira, 15 de março de 2019

Rinoceronte do Zoo


Os rinocerontes são grandes mamíferos perissodáctilos (com dedos ímpares) da família Rhinocerontidae, que ocorrem na África e na Ásia. Atualmente, existem cinco espécies distribuídas em quatro géneros. Duas ocorrem na África, o rinoceronte-branco (Ceratotherium simum) e o rinoceronte-negro (Diceros bicornis); e três ocorrem na Ásia, o rinoceronte-de-sumatra (Dicerorhinus sumatrensis), o rinoceronte-de-java (Rhinoceros sondaicus) e o rinoceronte-indiano (Rhinoceros unicornis). 
Vivem geralmente isolados, em savanas ou florestas onde possam encontrar água diariamente. São especialmente protegidos na África, por fazerem parte do grupo dos cinco grandes mamíferos selvagens de grande porte mais difíceis de serem caçados pelo homem, sendo então uma das grandes atracções turísticas do continente. Contudo, a caça furtiva continua afectando as populações de rinocerontes. 

Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 14 de março de 2019

N. Sra da Saúde

Tradicionalmente invocada pelos doentes (como afirma o Padre António Vieira no seu Sermão do Nascimento da Mãe de Deus: «Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde [...]»), é-lhe atribuída a intervenção miraculosa que levou ao fim de vários surtos de peste ocorridos em Portugal. Em sua honra, nas povoações libertas do flagelo, foram-lhe erigidas igrejas ou dedicadas velhas capelas preexistentes. 

 A imagem protectora foi depositada na Igreja do Colégio de Jesus, tendo mais tarde sido transferida, em 1662, para a pequena Capela de Nossa Senhora da Saúde e de São Sebastião da Mouraria, na freguesia de Santa Justa, próxima ao Rossio, em Lisboa. A sua procissão é amplamente concorrida todos os anos. 

Um novo surto da doença, em 1599, tornou mais visível a devoção pela Senhora da Saúde. A pestilência era tão intensa que muitas pessoas fugiam da capital para os arredores, em busca de ares mais saudáveis. Foi nesse contexto que, por exemplo, nasceu a devoção à Senhora da Saúde na povoação de Montemor, em Loures, onde logo foi erguida uma capela à santa (Capela de Nossa Senhora da Saúde de Montemor). 

Do mesmo modo, também nessa altura, em Sacavém, nos arredores da capital, foi encontrada uma imagem de Maria com o Menino nos braços que, invocada como Nossa Senhora da Saúde, se diz ter feito cessar a peste; a imagem foi depositada na Capela de Santo André aí existente, passando a ser todos os anos magnificamente celebrada com uma grandiosa procissão no primeiro fim-de-semana de Setembro. Em Vila Fresca de Azeitão (Concelho de Setúbal) também se venera Nossa Senhora da Saúde e se realiza uma Procissão integrada na Festa dedicada a Nossa Senhora da Saúde. Esta festa realiza-se anualmente no fim de semana mais próximo do dia 8 de Setembro e realiza-se desde 1723 na sequência de uma peste que ameaçou aquela região no Verão de 1723. 

Em Évora celebrou-se o seu culto na procissão de 8 de Setembro após a suspensão da mesma por mais de 30 anos. Relembro aqui esta cerimónia bem emotiva do ano passado.

Fonte: Wikipédia.

terça-feira, 12 de março de 2019

Ribeira de Barcarena



A ribeira de Barcarena é um curso de água português que nasce a 310 m de altitude, na serra da Carregueira, no concelho de Sintra, a sul da povoação de Almornos (Almargem do Bispo) numa área de caraterísticas rurais. 

A jusante de Abelheira a ribeira passa a estar ladeada por edificações, atravessando a cidade de Agualva-Cacém onde toma o nome de "Ribeira das Jardas" ou "da Jarda". 

Mais a jusante, já no concelho de Oeiras, toma o nome de "Ribeira dos Ossos", desaguando na praia de Caxias. 

Este curso demarcava, desde o século XII, os limites administrativos e paroquiais na região, pertencendo Agualva e outros lugares da margem esquerda da ribeira ao termo de Lisboa e à freguesia de Belas, enquanto Cacém, São Marcos e demais lugares da margem direita estavam integrados no termo de Sintra e faziam parte da freguesia de rio de Mouro. 

Num passado mais recente, a Vila do Cacém era conhecida pelas suas quintas e pelas suas águas límpidas, que corriam na Ribeira das Jardas e que de acordo com documentos da época terá sido a origem do nome Agualva (do latim Aqua Alba). 

Depois de ter estado encanada durante muitos anos, na actualidade a ribeira atravessa novamente despoluída e a céu aberto a cidade de Agualva-Cacém, desenvolvendo-se nas suas margens o Parque Linear da Ribeira das Jardas.

Fonte: Wikipédia.

domingo, 10 de março de 2019

Decisão

Os juízos desligam sempre uma pessoa da vida. Pensar se se deve fazer isto ou aquilo ou ir daqui para ali provoca grande desassossego. A resposta correcta está no nosso interior, mas para a ouvirmos é necessário o silêncio, a calma, a paralisia... Uma pessoa não deveria ter medo dos seus actos, pois a energia do Universo é sempre dual: masculina e feminina, negativa e positiva. Nela, o Bem e o Mal estão sempre unidos; o medo e a agressão, o êxito e a inveja, a fé e o temor. Portanto, uma pessoa nunca pode tomar uma decisão errada. O que fizermos nunca estará mal se realmente agirmos seguindo os nossos sentimentos. Estará mal para nós apenas se deixarmos que os juízos intervenham, se a mente der acolhimento à culpa. porque se uma pessoa pusesse de lado a razão e se ligasse directamente à vida onde o Bem e o Mal andam de mãos dadas, se uma pessoa vivesse de acordo com a vida, descobriria que nada há de mau no Universo, que cada partícula traz no seu interior a mesma capacidade para criar e destruir.

ESQUÍVEL, Laura, A Lei do amor, Porto, 16.ª edição, Asa Editores, 2006, p.167.

Mar de Inverno

Portimão

O que é o espelho?

Alguma vez te viste? Nem tu nem ninguém a si mesmo se vê. O espelho é uma traição. Como ter a certeza que aquele que vês és tu? A imagem está sempre ao contrário. O braço direito à esquerda. O esquerdo à direita. O mesmo com os olhos e o perfil. É tudo um engano.Agora, sim, este que vês és tu.

ALEGRE, Manuel, Tudo é e não é, Alfragide, Publicações D. Quixote, 2013, p.176

Canoagem

Rio Arade - Portimão

sábado, 9 de março de 2019

Interior da Sé de Santarém



A Sé Catedral de Santarém, anteriormente conhecida como Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Colégio dos Jesuítas ou Igreja do Seminário, situa-se no centro histórico de Santarém, mais precisamente na freguesia de São Salvador.




Este templo jesuíta, datado do século XVII, foi erigido no local onde se encontrava o Paço Real da Alcáçova Nova, que se encontrava abandonado desde o tempo de D. João II. Mais tarde, com a expulsão dos jesuítas de Portugal, por ordem do Marquês de Pombal, o edifício passou a acolher o Seminário Patriarcal após doação de D. Maria I, tendo assim permanecido até ao século XX.
Aquando da criação da Diocese de Santarém, em 1975, a igreja foi elevada a Catedral.




Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 8 de março de 2019

Porta da Vila ou de Santarém





Castelo de Montemor-o-Novo

Demoras


O amor nos condena:
Demoras
Mesmo quando chegas antes.
Porque não é no tempo que eu te espero.

Espero-te antes de haver vida
E és tu quem faz nascer os dias.

Quando chegas
Já não sou senão saudade
E as flores
Tombam-me dos braços
Para dar cor ao chão em que te ergues.

Perdido o lugar
Em que te aguardo,
Só me resta água no lábio
Para aplacar a tua sede.

Envelhecida a palavra,
Tomo a lua por minha boca
E a noite, já sem voz,
Se vai despindo de ti.

O teu vestido tomba
E é uma nuvem.
O teu corpo se deita no meu,
Um rio se vai aguando até ser mar.  

COUTO, Mia, A demora, 3.ª edição, Alfragide, Caminho, 2016, pp. 110-111.

Amor de mulher

Sim, nós, homens, temos que tonar-nos mulheres, cultivar em nós o que há de feminino para amar plenamente, como deve ser.

DUBY, Georges, As Damas do século XII, Teorema, 1995, p. 45

Do Templo ao Jardim

Évora

quarta-feira, 6 de março de 2019

Fonte dos Leões



O Chafariz dos Leões, edificado no reinado de D. João II ou D. Manuel I, deve o seu nome, segundo a tradição, aos dois leões de mármore pertencentes à antiga fonte da Praça do Geraldo (antecessora da actual), que foram transferidos pela Câmara pouco depois de 1572, após a demolição da fonte (ESPANCA, Túlio, 1966).

O alçado de alvenaria apresenta na platibanda dois pináculos de secção piramidal, e ao centro o escudo de armas de D. João III, com bordadura de oito castelos.
Os dois leões de mármore, com função de gárgulas, ladeavam uma bica central de pedra, hoje substituída por um tubo de metal. A proteger o tanque de mármore, de planta rectangular, encontravam-se marcos de granito que serviam de degrau ou de amarra para os animais.

A edificação deste Chafariz insere-se na ampla rede de águas que o Senado Eborense e os monarcas procuraram construir nas principais vias de comunicação que conduziam à cidade.

Em termos estruturais, o Chafariz dos Leões é muito semelhante a outros chafarizes construídos na mesma época, nomeadamente o de São Bartolomeu, situado do outro lado da estrada, o Chafariz d'El Rei e o Chafariz das Bravas.

Fonte:  http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/339189