quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Ajoelhar

Esta postura de humilhação, de recolhimento, de dilecção também, tinha lugar, à época, no seio dos ritos de passagem que manifestavam a conversão, a mutação de uma existência. Rito do casamento: a noiva ajoelhada diante do desposado, diante do homem que passaria a chamar seu senhor. Rito do compromisso de vassalagem: o vassalo ajoelhava diante daquela que o recebia como seu vassalo. 

DUBY, Georges, As Damas do século XII, Teorema, 1995, p. 46.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Igreja de Pardais

Igreja Paroquial construída em 1904, consagrada a Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir. Substitui uma outra que aqui existiu nos tempos modernos e sobre a qual o Padre Joaquim José da Rocha Espanca refere: " Quando se constituiu este Corato rural no século XV, conforme se crê, havia junto do arrabalde chamado Aldeia, e que eu reputo uma relíquia de Vilar do tempo dos Romanos, uma Ermida consagrada à Virgem e mártir Santa Catarina, a qual, por ficar ao sul da Ribeira da Lagoa e próxima daquele centro da População, foi preferida para servir de Igreja Paroquial. 

Dizem memórias antigas do Cartório daquela que não se consumiam bem os corpos sepultados na dita Paróquia, e por isso mesmo edificaram outra nova ao poente na herdade das Bispas, o que parece ter tido lugar já no século XVII. Não podemos portanto informar como era essa Igreja antiga de que não restam vestígios notáveis".

Fonte: http://www.cm-vilavicosa.pt/pt/site-municipio/freguesias/Paginas/pardais.aspx

Ondulação


Praia da Rocha, Portimão

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Cada qual procura-se onde se sente perdido. Eu perdi-me em Portugal, e procuro-me nele.


Viajar com Miguel Torga, Guimarães, Opera Omnia, 2015, p. 31.

Buarcos

Buarcos e São Julião é uma freguesia portuguesa do concelho da Figueira da Foz, com 15,53 km² de área e 18 454 habitantes (2011).  A sua densidade populacional é de 1 188,3 hab/km²

Fonte: Wikiédia

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Prendo as palavras


Prendo as palavras no verso
Com molas de roupa. Ficam suspensas
Ao vento, e secam ao sol. Depois,
Estendo-as na tábua de engomar do verso,
Passo-as com o ferro da retórica, sem
As queimar, dobro-as pelo vinco das sílabas,
E arrumo-as na gaveta da estrofe.

 JÚDICE, Nuno, Trabalho doméstico, Navegação de acaso, Lisboa, D. Quixote, 2013, p. 46

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Sinos de Viseu


Era uma vez algum país de sinos
de sons entre ouvidos no passado
constantemente renovado de quem morre cada dia
e forra de manhãs o interior dos olhos
pastor de escolhos vários entre os limos e os nimbos


BELO, Ruy, Na Margem da alegria - poemas escolhidos por Manuel Gusmão,  Assírio e Alvim, 2011, p. 41

Santuário da Boa Nova





Apesar das múltiplas dúvidas que se colocam a respeito da origem, construção e funcionalidade da igreja da Boa Nova de Terena, está para além de qualquer dúvida o estatuto desta obra como uma das mais importantes de quantas se realizaram em Portugal durante o século XIV. Com o grande monumento de Flor da Rosa e, parcialmente, com a fase gótica da igreja de Vera Cruz de Marmelar, a Boa Nova integra a tipologia de "igrejas-fortalezas", categoria histórico-artística que pretende diferenciar entre as construções religiosas fortificadas (como Leça do Balio) e as verdadeiras fortalezas, cuja planimetria, volumetria e espacialidade obedece, em tudo, a pressupostos militares.
O edifício que chegou até aos nossos dias data da primeira metade do século XIV - eventualmente do reinado de D. Afonso IV -, mas é de supor que tenha existido um outro, anterior, referido nas Cantigas de Santa Maria de Afonso X, o Sábio, e provavelmente edificado para igreja matriz da povoação de Terena. Desconhece-se, todavia, qual a "data de fundação" do actual templo " e o respectivo fundador", factos que impedem uma mais rigorosa contextualização do projecto. O aspecto militar do conjunto e as múltiplas analogias para com a vizinha igreja de Flor da Rosa admitem a interpretação de a empreitada ter sido levado a cabo "dentro de uma ordem militar-religiosa, instituída em território a repovoar e com cunho defensivo acentuado".
As características militares do templo são bem visíveis pelo exterior, que parece uma verdadeira fortaleza. De planta em cruz grega, as quatro fachadas têm o mesmo aspecto e nelas se incluem alguns elementos típicos da arquitectura militar, como matacães sobre as três portas, a existência de estreitas frestas em vez de janelas, a utilização de merlões a toda a volta do edifício, com acesso por caminho de ronda, etc. No interior, manteve-se a mesma preocupação em transformar o templo numa verdadeira fortaleza. Já causou alguma estranheza a excessiva largura da nave e do transepto, disposição que se justifica pela fácil mobilidade de forças defensivas em caso de ataque de alguma destas partes do edifício. Nas abóbadas, foram rasgados alçapões para permitir a defesa do interior através dos telhados, em caso de invasão da igreja.

FONTE:  http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70209

domingo, 1 de setembro de 2019

Igreja de Santa Clara




A Igreja de Santa Clara constitui um dos monumentos mais emblemáticos do gótico mendicante da cidade de Santarém, situando-se na proximidade do Convento de S. Francisco, outro exemplar marcante deste estilo arquitectónico. A igreja é a parte remanescente do antigo convento das clarissas, aqui estabelecido em 1264. Actualmente, encontra-se rodeada por um amplo espaço, onde antes se encontravam as dependências conventuais, demolidas no início do século XX, e nas quais se incluía um claustro maneirista. O edifício está classificado como Monumento Nacional desde 1917. 


 Na arquitectura, segue os cânones do gótico mendicante: três longas naves de oito tramos, transepto saliente e cabeceira com cinco capelas adjacentes. No topo Norte a grande rosácea gótica, que ajuda a iluminar o interior, é sobrepujada por um escudo com as armas reais. As antigas dependências conventuais foram completamente destruídas.

No interior merece referência o túmulo de D. Leonor Afonso, do séc. XIV, de execução rigorosa. Nas faces da arca vêem-se representadas cenas da Anunciação e da Estigmatização de São Francisco, figuras de freires franciscanos e de monjas clarissas.

 O convento seria encerrado em 1902, ano em que faleceu a última freira. O edifício entra então definitivamente em ruína, sendo os seus bens vendidos e o seu recheio desbaratado por particulares. Os edifícios conventuais, incluindo o claustro maneirista, são demolidos em 1906, tendo apenas sido poupada a igreja. Nas décadas de 30 e de 40 do século XX, foi levada a cabo uma intervenção que pretendeu restituir o monumento à sua pureza original, o que determinou a supressão de todos os elementos não góticos que subsistiam na igreja. Do valiosíssimo espólio perdido, há a salientar o retábulo quinhentista de Contreiras, o cadeiral do coro, os tectos em caixotões, os painéis de azulejos e os restantes elementos barrocos.

 Actualmente, a igreja pouco conserva da sua primitiva traça. O edifício é muito longo, apresentando um transepto saliente. A fachada da velha basílica gótica merece destaque pelo seu contrafortado topo poente, enriquecido pela rosácea raiada, com arquivoltas ornamentadas de besantes ou pérolas, sobre a qual se releva uma moldura de pedraria esmaltada com as armas reais. Neste topo, ergue-se a torre sineira, que é rematada por uma bordadura de cachorrada de singular efeito decorativo. 

Fonte: Wikipédia e https://www.visitportugal.com/pt-pt/NR/exeres/C24F58E7-A328-4406-BB9C-4AD3649DF85B

Curiosidades da Comporta


desde um chuveiro artesanal no quintal

a uma caixa do correio original