domingo, 31 de maio de 2020

Nossa Senhora da Saúde

Hortense
Procissão de Évora
Nossa Senhora da Saúde é uma das invocações marianas atribuídas à Virgem Maria, sendo, sob essa designação, particularmente cultuada em Portugal.

Tradicionalmente invocada pelos doentes (como afirma o Padre António Vieira no seu Sermão do Nascimento da Mãe de Deus: «Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde [...]»), tornou-se particularmente cultuada a partir dos finais do século XVI, sendo-lhe atribuída a intervenção miraculosa que levou ao fim de vários surtos de peste ocorridos em Portugal. Em sua honra, nas povoações libertas do flagelo, foram-lhe erigidas igrejas ou dedicadas velhas capelas preexistentes. 

Assim, o primeiro surto, ocorrido em Lisboa no reinado de D. Sebastião, em 1568, atingiu o seu ponto máximo no Verão do ano seguinte; ante a elevada mortandade (que levou mesmo a que o rei pedisse ao tio Filipe II de Espanha que enviasse médicos para Portugal, para auxiliar no combate à doença), a população da capital começou a organizar procissões em honra da Virgem, para que por sua intercessão pudesse cessar a peste. Tendo a mortalidade decrescido até ao começo da Primavera seguinte, o povo agradecido passou a celebrar anualmente uma procissão em honra de Maria, sob a invocação de Nossa Senhora da Saúde, no 1.º Domingo de Maio (salvo raras excepções). A imagem protectora foi depositada na Igreja do Colégio de Jesus, tendo mais tarde sido transferida, em 1662, para a pequena Capela de Nossa Senhora da Saúde e de São Sebastião da Mouraria, na freguesia de Santa Justa, próxima ao Rossio. A sua procissão é amplamente concorrida todos os anos. 

Um novo surto da doença, em 1599, tornou mais visível a devoção pela Senhora da Saúde. A pestilência era tão intensa que muitas pessoas fugiam da capital para os arredores, em busca de ares mais saudáveis. Foi nesse contexto que, por exemplo, nasceu a devoção à Senhora da Saúde na povoação de Montemor, em Loures, onde logo foi erguida uma capela à santa (Capela de Nossa Senhora da Saúde de Montemor).

Fonte: Wikipédia

Vai e vem

A finitude da onda do mar, breve mas constante

sábado, 30 de maio de 2020

Ó mar, ó mar...

... a saudade mata a gente...

A vida é um peso

Viver é fácil: até os mortos conseguem. Mas  a vida é um peso que precisa ser carregado por todos os viventes.  a vida, caro senhor, a vida é um beijo doce em boca amarga. Se acautele com eles, meu amigo. Uns não vivem por temer morrer;  eu não morro por temer viver.

COUTO, Mia, O Último voo do flamingo, 8.ª edição, Alfragide, 2014, p. 167

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Subindo a rua da República

Évora

Travessa do Sol

Évora

Os ismos


O socialismo e o comunismo tornam o Estado omnipotente, e os homens iguais sob esse mosntruoso Rei Absoluto, que nem sequer tem corpo para se poder matar. Com o socialismo e o comunismo o burguês perde e o trabalhador não ganha. O burguês fica escravo, o que não era; o operário, ficando igual ao burguês continua, com outro dono, o escravo que era.

PESSOA, Fernando, O Banqueiro anarquista, Lisboa, Assírio  & Alvim, 1999, p. 82.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Excursão em fila indiana


Muitos grupos turísticos visitavam a cidade de Évora. Consegui fotografar um bem organizado a sair da cidade (há um ano atrás) através do jardim público. Estes turistas iam satisfeitos, de certeza, por conhecer o rico património histórico da cidade. Mas agora ninguém vem conhecer com medo do vírus. Até quando irá continuar esta situação? É triste ver ruas, lojas, museus e restaurantes vazios... Sentimos falta dos turistas mas também não queremos o vírus... o que vai ser deste mundo?

Évora deserta













Em Abril foi assim devido ao confinamento. Esperemos que todos se portem bem para não voltar o estado de emergência.

terça-feira, 26 de maio de 2020

Museu da Ciência da Universidade de Coimbra


No Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, podemos apreciar várias salas, umas dedicadas à química o outras à zoologia, como o deste caso - num verdadeiro gabinete de curiosidades! A colecção zoológica deste museu é a mais extensa e numerosa atingindo cerca de 500.000 exemplares. Contém o maior espécime de todo o espólio do museu, um esqueleto montado de baleia-comum ou rorqual-comum de 20m de comprimento, e os de menores dimensões do grupo dos insectos. A colecção de vertebrados representa 5% do total e é composta por: peles de mamíferos, aves e peixes conservadas em seco e montadas para exposição; espécimes completos de répteis, anfíbios e peixes conservados em líquido; e uma colecção osteológica de esqueletos montados e crânios. Destaca-se a colecção de aves pela representação de espécies a nível mundial, em particular de Portugal e países de expressão portuguesa associada a uma colecção de ovos e ninhos. Entre os mamíferos encontram-se exemplares únicos a nível nacional nomeadamente um exemplar de urso e um casal de cabras do Gerês, ambos extintos em Portugal. Os invertebrados representam o resto da colecção dos quais 60% são insectos e 39% são moluscos (conchas). As colecções mais importantes são as de escaravelhos (coleópteros), borboletas (lepidópteros) e conchas (moluscos). 

Fonte: http://www.museudaciencia.org/index.php?module=content&option=collections&action=description

Ao ataque...

.... À onda, na Praia da Tamargueira, Buarcos

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Aqueduto da Amoreira

O Aqueduto da Amoreira, localiza-se  em Elvas, distrito de Portalegre, ligando o local da Amoreira à cidade de Elvas. Com 8,5 quilómetros de extensão, 843 arcos com mais de cinco arcadas e torres que se elevam a 31 metros de altura, é considerado o maior aqueduto da Península Ibérica. O aqueduto comporta um conjunto de diversas galerias, que numa primeira zona são subterrâneas, e ao nível do terreno são formadas por quatro arcadas sobrepostas, apoiadas em pilares quadrangulares e fortalecidas por contrafortes semi-circulares, perfazendo uma altura de trinta e um metros.

No início do reinado de Manuel I de Portugal, este autorizou o lançamento de um imposto, o "Real de Água", para serem executadas obras de conservação no poço medieval. Estas obras não resolveram os problemas de abastecimento existentes, pelo que a edilidade local pensou em construir um aqueduto que trouxesse a água desde os arrabaldes, no local da Amoreira, até ao centro da cidade.

Em 1537 João III de Portugal designou o arquitecto Francisco de Arruda, então mestre das obras do Alentejo e autor do Aqueduto da Água de Prata de Évora, para executar o projecto do novo aqueduto de Elvas. As obras iniciaram-se no mesmo ano, prosseguindo até 1542, data em que a extensão do canal chegava ao Convento de São Francisco. Seguiu-se então a execução da parte mais complexa do projecto, uma vez que depois dos seis quilómetros iniciais já edificados, os arcos do aqueduto iriam aumentar de dimensão. A obra tornava-se cada vez mais onerosa, embora os impostos cobrados aos habitantes da cidade destinados à edificação do aqueduto fossem sendo aumentados ao longo dos anos.

 As obras foram retomadas no início do século XVII, e cerca de 1610 concluiu-se que era necessário alterar o projecto do aqueduto, dando-lhe mais altura, para que fosse possível levar a água até ao Largo da Misericórdia. Esta decisão atrasou ainda mais a conclusão dos trabalhos, devido não só às dificuldades práticas relacionadas com o trabalho de engenharia como também pelo aumento dos custos do projecto. Finalmente, em 1620 correram pelo aqueduto as primeiras águas dentro dos muros da cidade, que iam então desembocar numa fonte provisória construída junto à antiga Igreja da Madalena.

Encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910 e integra o sítio denominado Cidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas e as suas Fortificações, classificado pela UNESCO como Património Mundial desde 2012. 

Fonte: Wikipédia

O rio nunca se arrepende

Rio Tejo
... o rio nunca se arrepende, nunca volta para a nascente. Quando resolve desaguar é como o tempo. Ambos correm em direcção ao mar e nunca voltam para trás.

CRUZ, Afonso, O princípio e o fim são a mesma água salgada, O Pintor debaixo do lava-loiças, Alfragide, Caminho,  2001, p. 106.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Regra n.º 1 dos museus

Não se esqueçam de a cumprir, agora que vamos poder voltar a visitar museus: respeitar uma obra de arte é respeitar o nosso património e preservar a memória para as próximas gerações

Vamos ficar todos bem?

Nós bem queremos mas a crise que aí vem vai deixar-nos marcas...

O visitante do museu


Museu Berardo, CCB
Mas também o visitante do museu, ao passar
Pelo quadro de onde a figura feminina
O olha, pode enganar-se, pensando que
Aquela figura não é apenas a soma de cores
E de linhas, mas a mulher que o pintor viu, à sua frente, e que estava tão viva
Para ele, no fim do seu trabalho, como tu
Neste poema que desenhou a tua imagem.

JÚDICE, Nuno, Uma teoria da realidade, Navegação de acaso, Lisboa, D. Quixote, 2013, pp. 22-23