sexta-feira, 30 de abril de 2021

Igreja do Convento de Madre de Deus


 

 Localizada em Xabregas, na zona oriental da cidade de Lisboa, a Igreja da Madre de Deus integrava o convento com o mesmo nome, fundado no início do século XVI, parte do qual é ocupado pelo Museu Nacional do Azulejo. O edifício resulta de sucessivas campanhas de obras, que alteraram a configuração original de cariz manuelino.

A igreja desenvolve-se numa planta irregular, composta pela nave retangular e pela capela-mor quadrada, que se ajusta com o volume da sacristia, construído no ângulo esquerdo superior e formando um L invertido. A fachada principal, erigida no pano lateral do templo (como era comum nas igrejas conventuais femininas), apresenta-se dividida em três tramos, marcados por contrafortes e rasgados a espaços regulares por janelas, trilobadas com cogulhos no registo inferior, retangulares com colunelos laterais no superior. No pano central destaca-se o monumental portal manuelino em arco trilobado, precedido por escadaria e delimitado por dois botaréus, que no intradorso exibe um friso escultórico de motivos vegetalistas, e no extradorso é envolvido por cogulhos enquadrando o escudo de Portugal, ladeado no exterior pelas armas da rainha D. Leonor e de D. João II. O frontispício é rematado a toda a volta por platibanda neo-manuelina com elementos alusivos à fundadora do cenóbio. Ainda no exterior, junto à zona do coro-alto, foi erguida a torre sineira, de três registos, com porta em arco apontado com cogulhos, assente sobre colunelos.

O claustro maneirista, adossado à fachada posterior do templo, divide-se em dois andares, apresentando um chafariz ao centro.

O interior da igreja anuncia um programa decorativo de gosto barroco, com teto de caixotões pintado com cenas da Vida da Virgem, executado entre 1670 e 1690 pela oficina de Marcos da Cruz e Bento Coelho da Silveira, painéis azulejares com temas do Velho Testamento, cenas de paisagem e temática franciscana, provenientes da Holanda e colocados em 1686, talha joanina revestindo o coro-alto e o arco cruzeiro, um púlpito em talha rococó e pinturas da autoria de André Gonçalves, colocadas na sacristia e no ante-coro.


O Convento da Madre de Deus, ou Real Mosteiro de Enxobregas, foi fundado em 1509 por iniciativa da rainha D. Leonor, mulher de D. João II, estando a igreja primitiva concluída antes de 1522, data em que era representada no Retábulo de Santa Auta (hoje no Museu de Arte Antiga). O templo manuelino teve um erudito programa decorativo, do qual subsistem, para além deste retábulo, pinturas de Quentin Metsys ou composições cerâmicas da oficina dos Della Robia.
Como qualquer casa monástica, a Madre de Deus passou por diversas campanhas que visaram ampliar e redecorar o espaço sacro. Cerca de 1550 D. João III entregou ao arquiteto Diogo de Torralva a reforma do cenóbio, numa obra que se arrastou até finais do século XVI e de que subsiste o claustro. Com o reinado de D. Pedro II e a recuperação da crise pós-Restauração, o convento recebeu novas obras, sobretudo de ornamentação da igreja; a reforma prosseguiu com D. João V, datando deste reinado a talha e o ciclo pictórico da autoria de André Gonçalves. O terramoto de 1755 destruiu parte da estrutura do templo, que rapidamente foi reconstruído.
Com a extinção das Ordens religiosas, o património móvel da Madre de Deus foi disperso entre as coleções régias e o que viria a ser o Museu Nacional de Arte Antiga. A igreja encerrou ao culto em 1868 e o espaço do convento destinou-se a asilo, com a premissa de transformar o templo e as suas dependências num museu.
Porém, só na segunda metade do século XX este projeto seria concretizado; entre 1957 e 1958, com o apoio da Fundação Gulbenkian, foram realizadas as primeiras obras de cariz museológico, por ocasião do V Centenário do Nascimento da Rainha D. Leonor, e em 1965 era finalmente fundado o Museu do Azulejo, sendo nomeado João Miguel dos Santos Simões como seu primeiro diretor.



 
FONTE: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70729
 Catarina Oliveira
DGPC, 2017

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Provas desportivas no Arade














O ano passado esta foi a animação na Praia Grande, em Ferragudo, devido à canoagem juvenil. 

terça-feira, 27 de abril de 2021

Isto vai, meus amigos, isto vai

Isto vai meus amigos isto vai
um passo atrás são sempre dois em frente
e um povo verdadeiro não se trai
não quer gente mais gente que outra gente.

Isto vai meus amigos isto vai
o que é preciso é ter sempre presente
que o presente é um tempo que se vai
e o futuro é o tempo resistente.

Depois da tempestade há a bonança
que é verde como a cor que tem a esperança
quando a água de Abril sobre nós cai.

O que é preciso é termos confiança
se fizemos de Maio a nossa lança
isto vai meus amigos isto vai.


SANTOS, Ary dos, Vinte anos de poesia, Lisboa, Círculo de Leitores, 1984, p. 165

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Palácio da Ajuda

visto do miradoiro do Maat

Nada vem sem ser chamado

Nada vem ser chamado; onde estiver a sombra, estará também a substância. O que vem ao indivíduo é o resultado das suas próprias acções.

ALLEN, James, Tu és o mestre do teu destino, s.l., Alma dos Livros, 2020, p 17.

Aceita a incerteza

 

Ao aprender a aceitar a incerteza, será capaz de a enfrentar com excitação e curiosidade, e não com medo. Ao aceitar a inevitabilidade da perda, ela pode ajudá-lo a crescer. Quando perceber que é constantemente guiado por uma inteligência universal que se reveste de um propósito, e não de perigos, começará a ter a confiança de que tudo tem uma razão para acontecer, mesmo que nem sempre compreenda porquê. 

RANKIN, Lissa, Cure os seus medos, Amadora, Nascente, 2016, p. 123.

 

domingo, 25 de abril de 2021

Portugal de hoje



Casa-se menos e muito mais tarde. A taxa de natalidade nunca foi tão baixa. Somos um país envelhecido e doente cujo empobrecimento cultural veio acentuar carências e temores antigos. A cultura é sempre um factor de requalificação e de crescimento económico. Em Portugal, é um factor de combatividade e de esperança que um governo medíocre esvaziou e silenciou  

LETRIA, José Jorge, Não se engana o coração – Retrato de uma vida e de Portugal com outra música, Lisboa, Clube do Autor, 2016, p. 190.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Pormenores da Imagem de N. Senhora da Guia







Nossa Senhora da Guia e sua devoção surgiu  na Igreja Ortodoxa, que é reconhecida pelo Vaticano. Entre os cristãos ortodoxos, Nossa Senhora da Guia é invocada com o nome de Odigitria. Este nome significa Condutora ou Guia. Isso porque Maria guiou Jesus em sua infância.  Tempos depois, o culto a Nossa Senhora da Guia foi incorporado na igreja Católica.

Nossa Senhora realmente guia

O papel de Maria, Mãe de Jesus, na história da salvação, é importantíssimo. Além do seu sim a Deus, de gerar Jesus Cristo como homem e de educá-lo como filho, ela guia o ser humano, conduzindo aqueles que querem para Deus. Nas Bodas de Caná, Maria disse uma frase que é emblemática desta sua missão de Guia da humanidade. Ela disse: Fazei tudo o que ele (Jesus) vos disser. Esta é uma das grandes missões de Nossa Senhora: conduzir-nos até Jesus. De fato, em todas as aparições, Nossa Senhora pede mudança de vida e que todos sigam o seu filho Jesus Cristo, para a salvação eterna.


Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-nossa-senhora-da-guia/27/102/

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Universidade em miniatura

 

Portugal dos Pequeninos, também em Coimbra



Um entre iguais

Há alturas na vida em que tudo o que queremos é ser apenas mais um entre iguais. Mais um adolescente, mais um sonhador, mais um caminhante pela rua Mais um. 

Sermos como os outros não faz mal algum desde que continuemos a ser como nós mesmos.

FREITAS, Pedro Chagas, O Amor não cresce nas árvores, Alfragide, Oficina do Livro, 2018, p.56.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Arcadas de Évora


 

Turíbulo

Turíbulo suspenso
inda flutuo
Em quanto a alma em incenso
restituo;

Mas quando, como fumo
que se esvai,
Minha alma, vás teu rumo…
sobe e vai!

DEUS, João de, Turíbulo, Poesia, Lisboa, Editorial Presença, 1998, p  40~.

terça-feira, 13 de abril de 2021

Covid 19

A Covid 19 trouxe ou tem trazido novas versões destas atitudes limite: na forma quase frívola como alguns responsáveis políticos começaram por descartar a pandemia, em tom mais ou menos desdramatizador, comparando-a, em letalidade, com doenças crónicas, como o cancro ou a gripe, ou com síncopes e tromboses. Esquecendo-se de que , embora essas outras doenças pudessem matar mais, não contagiavam.

PINTO, Jaime Nogueira, Contágios, Alfragide, D. Quixote, 2020, p 301.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

domingo, 11 de abril de 2021

Vida, um deserto?


Vida
Vale vivê-la
Se, de quando em quando,
Morremos
E o que vivemos
Não é o que a Vida nos dá
Nem o que dela colhemos
Mas o que semeamos em pleno deserto

COUTO, Mia, Sementes, Idades cidades divindades – Poesia, 3.ª edição, Alfragide, Caminho, 2016, p.  92.