segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Vila Viçosa

Recordações de viagens - Arquivo Histórico Torre do Tombo (1933-1938)
(...) ficou  imediatamente deslumbrado com a beleza da vila, as suas casas caiadas de branco, com não mais de um ou dois pisos, as frontarias das janelas e portas feitas de pedra de mármore das pedreiras à saída da vila, as varandas de ferro forjado, as fontes também em mármore, a largura dos passeios com fiadas de laranjeiras carregadas de laranjas naquela altura do ano, a dimensão da praça central, em frente ao castelo e ao jardim público que o cercava.

TAVARES, Miguel Sousa, Equador, Cruz Quebrada, 28.ª edição, Oficina do Livro, 2006, p. 43.

GATOS EBORENSES


Casas espalhafatosas

Em Portimão encontramos algumas casas  "fora do comum", ou seja, mais espalhafatosa de alguma forma e que se destacam das restantes, como é o caso da casa da barra laranja - só por si uma cor forte e unusual como barra, completamente decorada com flores e florinhas coloridas. É uma decoração mais pobre do que na segunda imagem, no caso destas varandas, no lado oposto da rua da primeira. Esta casa está cheia de bricabraques - decorações com peças de cerâmica, o que exige um maior esforço financeiro do que a casa espalhafatosa de cima, com flores de plástico.

Largo Gil Eanes




PORTIMÃO

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Casinhas pequeninas


Estes são alguns dos exemplares das casinhas pequeninas que antes abundavam nas nossas terras (Rua António Barbudo).  Em Portimão é perceptível a evolução do tipo de arquitectura, antes as casas eram pequenas (apesar das famílias serem grandes) porque havia menos meios económicos e um baixo consumismo. Actualmente quanto maior a casa, melhor, como forma de exibicionismo - que mostra o consumismo enraizado nas nossas vidas - porque uma casa grande exige mais objectos.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Quais são as chaves certas?


Como em tudo na vida, há que possuir a chave certa. Podes andar cem anos a trabalhar numa empresa e nunca ganhar nada que se compare. Para triunfar, é preciso contar à partida com duas coisas: sorte e inteligência. Mas não chega. É preciso ter capital para investir. Sem isso, nada se consegue. Mais importante ainda, na minha opinião, é estar dentro do segredo. Sem a tal chave certa, mesmo que possuas tudo o resto, nunca chegarás a parte alguma. 
 
MURAKAMI, Haruki, A sul da fronteira, a oeste do sol, Alfragide, 5ª edição, Casa das Letras, 2014, p. 84.

Natureza luxemburguesa

2013

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Rua de São Cristovão


Esta rua de Évora é um dos melhores exemplos de abandono do património e de casas arruinadas, já que em todo o lado direito da rua (quando se desce) não existe nem uma única casa habitada. Muitos destes imóveis pertencem ao antigo quartel. Ora se o Estado não tem dinheiro, porque é que não vende estas casas para permitir a sua reabilitação?

Quando vou ficar nova?








Em Portimão há casas bem bonitas e, devolutas, à espera de um novo dono e de uma nova cara...

domingo, 11 de outubro de 2015

A fealdade da modernidade

Os tubos nas janelas para a ventilação e ar condicionado estragam a beleza dos edifícios históricos de Évora.

Conto com limites

Este é um conto breve. É mesmo brevíssimo. De resto, se não fosse breve, muitíssimo breve, correria o risco de não ser um conto. A obrigação principal dos contos, mais do que dos homens, é conhecerem os seus limites.

SENA, Jorge de, “Conto brevíssimo”, Homenagem ao papagaio verde e outros contos de Jorge de Sena, Lisboa, Público, 2004, p. 37.

O velho nem sempre quer ser novo


Boavista, Portimão

TRISTEZA DAS MULHERES




Isto é assaz para as tristezas das mulheres, que não têm remédios para o mal, que os homens têm :porque, nesse pouco tempo que há que eu vivo, tenho aprendido que não há tristezas nos homens ; só as mulheres são tristes : que as tristezas quando viram que os homens andavam de um cabo para o outro, e, como as mais das cousas, com as contínuas mudanças ora se espalhavam, oram se perdiam, e que as muitas ocupações lhes tolhiam o mais do tempo, tornaram-se às coitadas das mulheres, ou porque aborreceram as mudanças, ou porque elas não tinham para onde lhes fugir


RIBEIRO, Bernardim, Menina e moça, Lisboa, Editorial Verbo, 1972, p. 27.

sábado, 10 de outubro de 2015

Medo

O medo também se cansa de esperar o seu aguilhão sempre no mesmo ponto vulnerável. SILVA, Ana Cristina, As fogueiras da Inquisição, Editorial Presença, 2008, p. 160.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Edifício da Casa dos Arcos

O edifício da antiga Capitania de Aveiro é considerado um dos mais significativos exemplos de arte nova na região de Aveiro e do país. As obras que recentemente decorram neste espaço transformaram o edifício, de grande simbolismo, na Sala de Visitas da cidade (Câmara Municipal de Aveiro, 2003), encontrando-se aqui instalada a Assembleia Municipal de Aveiro. A recuperação do imóvel foi um projecto da responsabilidade do Arquitecto Silva Dias, tendo sido inaugurado no dia 25 de Abril de 2004. Para além da Assembleia, está prevista também a instalação de salas de exposições temporárias.
Originalmente, o edifício era uma moagem, projectada em 1830 pelo Arquitecto Joaquim José de Oliveira, por encomenda do fundador da Vista Alegre, José Ferreira Pinto Basto. A implantação junto à Ria, com um grande número de arcos submersos, justifica-se pela sua primeira vocação industrial, quando a fábrica de moagem funcionava com moinhos de maré.

Já no final do século XIX, um projecto do arquitecto Augusto Silva Rocha, responsável pela traça de tantos outros edifícios Arte Nova na cidade, adaptou o imóvel à Escola de Desenho Industrial, da qual era o presidente. A denominada Casa dos Arcos apresenta, no primeiro piso da fachada principal, um conjunto de vãos em arco abatido, unidos pelo varandim de serralharia, com motivos florais, de linguagem Arte Nova.

O segundo piso foi-lhe acrescentado já em 1908. O seu desenho procurou respeitar a arcaria inferior, sendo que a cada arco correspondem duas janelas. Ao centro, a varanda em arco abatido é muito semelhante às restantes, destacando-se este corpo central por ser mais alto e rematado por um frontão triangular, ladeado por volutas. Todo o conjunto é coroado por modilhões.

A entrada para o edifício insere-se na fachada lateral esquerda, situada na Rua principal. A porta tem na bandeira gradeamento Arte Nova e, por cima, um painel de azulejo de dimensões reduzidas, azul e amarelo, com o ano de 1918. Esta, deverá corresponder à última intervenção realizada, que coincide com a data em que o imóvel foi adquirido por um comerciante, antes de ser vendido ao Ministério da Marinha, em 1925.

O azulejo, de motivos florais, surge ainda nesta mesma fachada, mas no segundo piso. Do lado esquerdo, a fachada é mais alta, com um torreão rematado por modilhões, e uma janela com azulejos de temática marítima. Os restantes alçados são relativamente simples, sendo que um portão de gradeamento Arte Nova permite o acesso à zona posterior do edifício.

No novo projecto de reabilitação, assinado por Dias da Silva, a fachada Poente da Capitania foi recuperada, mantendo o seu cromatismo, bem como os elementos decorativos e a relação volumétrica com a cobertura. Por sua vez, a fachada Norte (na Avenida Dr. Lourenço Peixinho), foi reconstruída, e a fachada Sul beneficiou de "um novo desenho com elementos decorativos relacionados com a fachada Poente" (Câmara Municipal de Aveiro).

Fonte:  http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74838