quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Horror

Se o horror estiver a dimunuir é sinal de que seremos mais felizes daqui a cem gerações, se o horror estiver a aumentar esta História acabará, pois o horror final nada vai deixar; e depois, sim, poderá aparecer outra História melhor, mais ética. Estas duas hipóteses deixam-nos optimistas. Mas se o horror for constante, aí, então, não haverá esperança. Nenhuma. Tudo continuará igual.

TAVARES, Gonçalo M., Jerusalém, Alfragide,13.ª edição, Caminho, 2012, p. 54.

Os seus lábios estão selados

O desejo ardente de ser abraçada por vós, como quando era pequena, assalta-me às vezes com tanta força que tenho de gemer. Em vez de chorar, esforço-me por imaginar o que me diríeis se os vossos lábios não estivessem selados. Não sei que palavras escolheríeis para me ajudar nestas circunstâncias, mas recordo-me também de me terdes falado de compaixão.

SILVA, Ana Cristina, As fogueiras da Inquisição,  Editorial Presença, 2008, p. 68.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Aqueduto de Lisboa

O Aqueduto é fonte de vida.... Traz água de muito longe para saciar Lisboa, a qual corre ligeirinha de Caneças à Mãe-d'Água Velha e daqui, durante léguas, vem escorrendo até à Mãe-d'Água... em Campolide, e depois até aos chafarizes. Sem ela, tenho a certeza de que a cidade não passaria de um povoado à míngua.

FLORES, Francisco Moita, Segredos de Amor e Sangue, Alfragide, Casa das Letras, 2.ª edição, 2014, pp. 207-208.

domingo, 6 de dezembro de 2015

O medo que suspende a imaginação


... o medo, como dizia Hemingway, é quase sempre uma falta de capacidade para suspender a imaginação.

AGUALUSA, José Eduardo, Um estranho em Goa, 5.ª edição, Lisboa, Cotovia – Fundação Oriente, 2006, p. 159.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Outra pessoa




Durante  toda a minha vida, sempre tive a impressão de que podia ser outra pessoa. Em mudando de poiso e esforçando-me por começar vida nova, iria transformar-me numa pessoa nova, julgava eu. Repeti por mais de uma vez esse processo. Como se, ao converter-me numa pessoa diferente, pudesse amadurecer e, num certo sentido, reinventar-me. Acreditava piamente ser capaz de me libertar dos elementos que até então me identificavam. Lutei nesse sentido, empenhando-me muito a sério, e acreditava que seria possível. Porém, no fim, dei por mim num beco sem saída. Por mais longe que fosse,continuava a ser eu, com os meus defeitos. O cenário bem podia mudar,o eco das vozes podia ser diferente, mas eu continuava a ser o mesmo ser incompleto de sempre. As mesmas lacunas continuavam-me a torturar-me, produzindo em mim uma fome e uma sede violentas. Acredito que esssa fome e essa ssede continuarão a perseguir-me eternamente. Num certo sentido, essas carências, em si mesmas, fazem parte de mim. Agora, por tua causa, quero tornar-me uma pessoa nova. Pode ser que consiga os meus intentos. Ainda que não se adivinhe fácil, esforçando-me, talzvez seja capaz de me transformar e passar a ser um novo eu.

MURAKAMI, Haruki, A sul da fronteira, a oeste do sol, Alfragide, 5ª edição, Casa das Letras, 2014, p. 235.

Ria de AVEIRO






segunda-feira, 23 de novembro de 2015

SENHOR DO TERRAMOTO

No terço inferior da velha Rua da Selaria - actual Rua de 5 de Outubro, é dedicado um nicho ao Senhor dos Terramotos, instalado em preito de gratidão, datado de 1755, por ter sido Évora poupada pelo mega-simo que atingiu Lisboa e outras localidades do país.

Fonte: http://www2.cm-evora.pt/itinerarios/sec_xvii_xviii.htm

Serpenteando...

linha férrea de Portimão

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Lisboa encadeada

Elevador de Santa Justa

Parabéns avô...

O meu avô Celestino que nunca conheci, faria hoje 117 anos se fosse vivo... Ir ao Arquivo Distrital de Beja permitiu-me descobrir mais um pouco sobre a sua vida!

domingo, 15 de novembro de 2015