sábado, 30 de junho de 2012

ÉVORA segundo VERGILIO FERREIRA





As casas novas têm todas a mesma idade de séculos. E quando se sai da cidade, a planície prolonga, até a um limite irrreal, esta voz de infinitude.


GODINHO, Helder, FERREIRA, Serafim (Org.), Vergílio Ferreira – Fotobiografia, Bertrand Editora, 1993.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

ÉVORA À NOITE segundo VERGILIO FERREIRA



Assim, é sobretudo de noite que a cidade se me revela. Nas ruas ermas, os candeeiros meditam sobre velhos espectros, velam o rasto do mundo desaparecido, essa ausência que se sente em tudo o que foi tocado pelo Homem e lhe retém o calor da vida. Mas porque esta cidade não confraterniza connosco, porque a habitamos com quem passa, como provisoriamente se habita uma estalagem, porque somos nela intrusos, eu reconheço-lhe a verdade face não à luz da evidência divina, mas a uma obscura luz de eternidade.



Vértice – Revista de Cultura e Arte, Setembro de 1958, vol. XVIII, nº. 180, Coimbra, p. 458.

domingo, 24 de junho de 2012

Catedral de Bruxelas

A Catedral de Bruxelas foi erguida no século IX em homenagem a São Michel, no centro de Bruxelas. Dois séculos mais tarde, as relíquias de Santa Gudule foram transladadas ao templo e seu nome, modificado. O que se poder ver agora, em realidade, data do século XII, quando foi reconstruída. Foram necessários 300 anos para o fim das obras.
A catedral impressiona por suas duas torres e dimensões gigantescas, de estilo gótico e renascentista. Além de celebrações religiosas, recebe atuações musicais, encontros e espetáculos artísticos. Assim a igreja se vincula de maneira ativa à vida social da cidade.


http://dreamguides.edreams.pt/belgica/bruxelas/cathedrale-st-michel-et-ste-gudule

sábado, 23 de junho de 2012

Verdes são campos


Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

Autoria: Luís Vaz de Camões
Foto: Vera Cruz de Marmelar

Fonte: http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=110#ixzz1orS0KqGn

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Tocam os sinos na torre da igreja


 
A actual igreja matriz de S.Manços, dos finais do século XVI, inícios do séc. XVII, foi construída pelo mestre de pedraria eborense, Diogo Martins, no local de outro mas antigo que a Sé fundara, no séc. XV. Em 1962 sofreu obras de beneficiação interior que a alteraram, sobretudo na nave, perdendo alguns elementos ornamentais sacros, tais como talha, azulejaria e escultura dos séculos XVII e XVIII. As obras foram da iniciativa do pároco de então, o Reverendo Henrique José Marques. Recentes escavações e o restauro da ábside puseram a descoberto elementos arquitectónicos romanos.

A observação atenta da capela-mor leva a considerá-la da época visigótica. A igreja tem uma fachada de duas torres com alpendre de três arcos de volta abatida. Os livros paroquiais mais antigos que existem datam do ano de 1591.
Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 21 de junho de 2012

ÉVORA de VERGILIO




Évora do silêncio com sinos nas manhãs de domingo, estradas abandonadas à vertigem da distância, ó cidade irreal, cidade única, memória perdida de mim, sou do Alentejo como da serra onde nasci, a mesma voz de uma e outra ressoa em mim a espaço, a angústia e solidão.

GODINHO, Helder, FERREIRA, Serafim (Org.), Vergílio Ferreira – Fotobiografia, Bertrand Editora, 1993., P119

quarta-feira, 20 de junho de 2012

JANELAS COM TEIAS DE ARANHA






Não, não é um nevoeiro, é apenas o tempo que deixou a sua marca nas janelas da Igreja do Carmo de Évora, onde o pó e as teias de aranha predominam. O que acham destas imagens artísticas feitas pela natureza e não por esta simples fotógrafa???

terça-feira, 19 de junho de 2012

ÉVORA segundo VERGILIO FERREIRA




Évora é uma cidade branca como uma ermida. Convergem para ela os caminhos da planície como o resto da esperança dos Homens. E como a uma ermida, o que a habita é o silêncio dos séculos, do descampado em redor: conheço dos seus espectros, a vertigem das eras, a noite medieva mora ainda nas ruas que se escondem pelos cantos, nas pedras cor do tempo ouço um atropelo de vozes seculares. Vozes de populaça, gritos de condenados, ecos de reis, senhores , estrétipo de guerras, ódios e sonhos, sob a imobilidade dos mesmos astros. Como um cofre do tempo irrealizado e absoluto, a cidade igonra a exactidão do presente, conhece apenas o alarme da memória.


Vértice – Revista de Cultura e Arte, Setembro de 1958, vol. XVIII, nº. 180, Coimbra, p. 457

segunda-feira, 18 de junho de 2012

S. Manços

São Manços é uma freguesia concelho de Évora, com 108,34 km² de área e 938 habitantes (2011)Freguesia situada junto da margem direita da ribeira de Azambuja, afluente do rio Degebe, S. Manços dista cerca de 20 quilómetros da sede do concelho.


Esta localidade fez parte do Morgado de São Manços instituido por Vasco Martins de Pavia e sua mulher Dona Maria Fernandes Cogominho, sendo seus descendentes a família Mesquita Pimentel de Pavia. Segundo a lenda, terá sido no local onde se ergue a igreja paroquial desta freguesia que foi martirizado São Manços, que a tradição diz ter sido o primeiro Bispo de Évora. Está esta freguesia ligada à tradição de S. Manços, considerado o primeiro bispo de Évora. Este terá estado sepultado na sua igreja paroquial, de onde os cristãos o levaram em 714, durante a invasão árabe, para Vila Nueva de S. Mâncio, na diocese de Palência, onde existiam, já no fim do século VII, duas igrejas a ele dedicadas. Por doação de D. Telo Peres em 9 de Julho de 1195 se fundo o mosteiro beneditino naquela terra espanhola.

Conforme a "História das Antiguidades de Évora", de André de Resende, um Homem nobre deu sepultura ao nosso santo na herdade de S. Manços...A referência mais antiga que se conhece da "entrega da herdade de Somanços ao Cabido", é de 26 de Abril de 1278, documento que faz parte do arquivo capitular. No códice 3 - II - fls. 3 do mesmo, feito em 1321, se diz que "há o Cabiso hum herdamento em Somanços que ouve de presoria".

A sede da freguesia foi elevada à categoria de vila pela lei n.º 1519, de 29 de Dezembro de 1923.


Fontes: wikipédia e http://www.evora.net/jfsmancos/HISTORIAL.htm

sábado, 16 de junho de 2012

Uma janela para... uma vista insólita


Uma vista ao contrário... O quartel de Évora tem casas a cair e da rua vemos esta linda antena. Porque não recuperam as casas e as vendem??? Com a desculpa de falta de dinheiro arruina-se o centro histórico de Évora. Foto tirada na Rua de S.Crsitovão.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Torres do Castelo de Évoramonte










Arquitectura militar e residencial, gótica, renascentista. Castelo inspirado nos protótipos italianos, a lembrar alguns esboços de Leonardo da Vinci e, sobretudo, apontamentos de Francisco de Holanda; é geralmente atribuído aos irmãos Francisco Arruda e Diogo Arruda, este último inspector das obras militares na Comarca de Alentejo, durante um extenso período do reinado de Dom Manuel (ESPANCA, 1975). Grandes paralelismos planimétricos com o Castelo Novo de Évora (v. PT040705120093) de Diogo de Arruda.





quinta-feira, 14 de junho de 2012

Jogo

Todo e qualquer jogo constitui um teste para o comportamento humano sujeito a tensão.


SAROYAN, William, História do árabe pobre e ardente, O meu nome é Aram, Lisboa, Editoral Verbo, 1972, p. 120.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

SÉ DE ÉVORA, segundo SARAMAGO




Espaço de religão, a Sé de Évora é, em absoluto, um espaço humano: o destino destas pedras foi definido pela inteligência, foi ela que as desentranhou da terra e lhes deu forma e sentido, é ela que pergunta e responde na planta desenhada no papel. É a inteligência que mantém de pé a torre lanterna, que harmoniza a pauta do trifório, que compõe os feixes de colunelos (...) Mas o viajante, que muito viu já, não encontrou nunca pedras armadas que com estas criassem no espírito uma exaltação tão confiante do poder de inteligência... mas a Sé de Évora, severa e fechada ao primeiro olhar, recebe o viajante como se lhe abrisse os braços, e sendo esse primeiro movimento o da sensibilidade, o segundo é o da dialéctica.

SARAMAGO, José, Viagem a Portugal, Caminho Editora, 15.ª Edição, p.p. 342-348

domingo, 10 de junho de 2012

Lusíadas

Às armas e os Barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valaor mais alto se alevanta.

FONTE: CAMÕES, Luís de, Lusíadas, Lisboa,Editorial Verbo, 1972, p. 9.

sábado, 9 de junho de 2012

Nossa Senhora das Neves

Nossa Senhora das Neves é também conhecida como Santa Maria Maior. O título de Nossa Senhora das Neves é devido a uma antiga lenda segundo a qual um casal romano, que pedia à Virgem Maria luzes para saber como empregar a sua fortuna, recebeu em sonhos a mensagem de que Santa Maria desejava que lhe fosse dedicado um templo precisamente no lugar do monte Esquilino que aparecesse coberto de neve. Isto aconteceu na noite de 4 para 5 de Agosto, em pleno verão: no dia seguinte, o terreno onde hoje se ergue a Basílica de Santa Maria Maior amanheceu inteiramente nevado.

A imagem fotografada está na Igreja de S.Manços
Fonte:Wikipédia

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Nossa Senhora da Ajuda


Nossa Senhora da Ajuda é uma das diversas invocações de Maria, mãe de Jesus. O seu culto é prestado também em S. Manços, cuja imagem está no lado da epístola na Igreja da localidade.

O culto teve início em Portugal durante a Idade Média, sendo particularmente associado a uma ermida que se localizava na praia do Restelo, nas proximidades de Lisboa, onde havia uma imagem de Nossa Senhora que era objeto da devoção de marinheiros e soldados. De Portugal a invocação foi trazida ao Brasil colonial pelos jesuítas, que levantaram a primeira igreja de Salvador sob sua invocação em 1549.

Fonte: Wikipédia.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O mar que assusta

J’ai toujours été au bord de la mer dans mes livres, je pensais à ça tout à l’heure. J’ai eu affaire à la mer três jeune dans ma vie, quando ma mére a acheté le barrage, la terre du Barrage contre le Pacifique et que la mer a tout envahi, et qu’on a été ruinés. La mer me fait très peur, c’est la chose au monde dont j’ai le plus peur… Mes cauchemars, mes rêves d’épouvante ont  toujours trait à la marée, à l’envahissement par l’eau.

DURAS, Marguerite, Porte, Michelle, Les lieux de Marguerite Duras, Paris, Ed. Minuit, 1977, p. 84.

terça-feira, 5 de junho de 2012

O mar que vislumbra


Olhar o mar, é como olhar tudo
Regarder la mer, c’est regarder le tout.

DURAS, Marguerite, Porte, Michelle, Les lieux de Marguerite Duras, Paris, Ed. Minuit, 1977, p. 86.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

SANTA ISABEL

Santa Isabel, Igreja do Carmo - Évora
 
Isabel de Aragão (Saragoça, ca. 1270 — Estremoz, 4 de Julho de 1336), foi uma infanta aragonesa e, de 1282 até 1325, rainha consorte de Portugal. Passou à história com a fama de santa, tendo sido beatificada e, posteriormente, canonizada. Ficou popularmente conhecida como Rainha Santa Isabel. Isabel era a filha mais velha do rei Pedro III de Aragão e de Constança de Hohenstaufen, princesa da Sicília.

A 11 de Fevereiro de 1282 com 12 anos, Isabel casou-se, então, por procuração com o soberano português D. Dinis em Barcelona, tendo celebrado a boda ao passar a fronteira da Beira, em Trancoso, em 26 de Junho do mesmo ano. Por esse motivo, o rei acrescentou essa vila ao dote que habitualmente era entregue às rainhas (a chamada Casa das Rainhas, conjunto de senhorios a partir dos quais as consortes dos reis portugueses colhiam as prendas destinadas à manutenção da sua pessoa.

Do seu casamento com o rei D. Dinis teve dois filhos: Constança (3 de Janeiro de 1290 - 18 de Novembro de 1313), que casou em 1302 com o rei Fernando IV de Castela e D. Afonso IV (8 de Fevereiro de 1291 - 28 de Maio de 1357), sucessor do pai no trono de Portugal.

D. Dinis morreu em 1325 e, pouco depois da sua morte, Isabel terás peregrinado ao santuário de Santiago, em Compostela. Fazendo-o montada num burro e a última etapa a pé, onde ofertou muitos dos seus bens pessoais. Recolheu-se por fim no então Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, vestindo o hábito da Ordem das Clarissas mas não fazendo votos (o que lhe permitia manter a sua fortuna usada para a caridade).

Isabel faleceu, tocada pela peste, em Estremoz, a 4 de Julho de 1336, tendo deixado expresso em seu testamento o desejo de ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. O seu corpo encontra-se incorrupto no túmulo de prata e cristal, mandado fazer depois da trasladação para Santa Clara-a-Nova.

Segundo uma história hagiográfica, sendo a viagem demorada, havia o receio de o cadáver entrar em decomposição acelerada pelo calor que se fazia, e conta-se que a meio da viagem debaixo de um calor abrasador o ataúde começou a abrir fendas, pelas quais elas escorria um líquido, que todos supuseram provir da decomposição cadavérica. Qual não foi, porém a surpresa quando notaram que em vez do mau cheiro esperado, saía um aroma suavíssimo do ataúde. O seu marido, D. Dinis, repousa no Mosteiro de São Dinis em Odivelas.
 
Isabel terá sido uma rainha muito piedosa, passando grande parte do seu tempo em oração e ajuda aos pobres. Por isso mesmo, ainda em vida começou a gozar da reputação de santa, tendo esta fama aumentado após a sua morte. Foi beatificada pelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada, por especial pedido da dinastia filipina, que colocou grande empenho na sua santificação, pelo Papa Urbano VIII em 1625. É reverenciada a 4 de Julho, data do seu falecimento.
 
A história mais popular da Rainha Santa Isabel é sem dúvida a do milagre das rosas. Segundo a lenda portuguesa, a rainha saiu do Castelo do Sabugal numa manhã de Inverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Surpreendida pelo soberano, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha teria exclamado: São rosas, Senhor!. Desconfiado, D. Dinis inquirido: Rosas, em Janeiro?. D. Isabel expôs então o conteúdo do regaço do seu vestido e nele havia rosas, ao invés dos pães que ocultara. 
 
Fonte: Wikipedia.
 
 
 
 
 
 

domingo, 3 de junho de 2012

Hoje é o último dia da Feira do Livro



Uma excelente iniciativa que decorre todos os anos entre finais de Maio e inícios de Junho em Évora. Este ano até tive o prazer de ver o Moita Flores a apresentar um livro!!

Abandono...














S. Manços, ÉVORA

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Viagens de explorador

Odeio as viagens e os exploradores - escreve Claude Levi-Strauss - , a aventura não tem lugar na profissão de etnográfo; ela não é aqui mais do que uma servidão, pesa sobre o trabalho eficaz com o peso das semanas ou dos meses perdidos nas caminhadas... O facto de serem necessários tantos esforços e vãs diligências para atingir o objectivo do nossos estudos não confere valor algum ao que se deveria antes considerar com o objectivo negativo do nosso ofício.

Dicionário de Antropologia, Verbo FELLER, JEAN (Org.)