sábado, 30 de julho de 2016

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Fonte de Odemira






Lisboa serena

Lisboa não tem estes defeitos da luz: é serena, impertubável, silenciosa. Quer a sua inviolabilidade, evita as feridas terríveis. Tem a sensatez, a prudência, a economia, o medo. Não quer alumiar, para não lutar, não quer pensar para não sofrer. Não quer criar, pensar, apostolar, criticar. Escuta e aplaude toda a voz, ou sejam as imprecações sagradas de Danton, ou os versos do poeta Nero. As ondas que solucem, as florestas que se lamentem, ela tem o riso radioso e sereno.


QUEIROZ, Eça de, Lisboa, Crónicas e cartas, Lisboa, Editorial Verbo, 1972, p. 16.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O meu desejo

Vejo-te só a ti no azul dos céus,
Olhando a nuvem de oiro que flutua...
Ó minha perfeição que criou Deus
E que num dia lindo me fez sua!

Nos vultos que diviso pela rua,
Que cruzam os seus passos com os meus...
Minha boca tem fome só da tua!
meus olhos têm sede só dos teus!

Sombra da tua sombra, doce e calma, 
Sou a grande quimera da tua alma
E, sem viver, ando a viver contigo...

Deixa-me andar assim no teu caminho
Por toda a vida, Amor devagarinho,
Até a Morte me levar consigo...

ESPANCA, Florbela, Eu não sou de ninguém - Poesia de Florbela Espanca, Coimbra, 3.ª edição, Alma Azul, 2007, p.20.

Cata-vento

ÉVORA

"Ao pai não se responde"

O essencial, em resumo, é uma pessoa poder zangar-se sem que outrem tenha o direito de responder. "Ao pai não se responde", conhece a fórmula? Em certo sentido, ela é singular. A quem se responderia neste mundo senão a quem se ama? Por outro lado, ela é convincente. É preciso que alguém tenha a última palavra. Senão, a toda a razão pode opor-se outra: nunca mais se acabava. A força, pelo contrário, resolve tudo. Levou tempo, mas conseguimos compreendê-lo.

CAMUS, Albert, A Queda, Lisboa, Editorial Verbo, 1971, p. 50.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Barco-gaivota?

Amarante

Suão



O céu continua preso à voragem do suão, um céu de prata, enxovalhado pelo cisco duma trovoada serôdia que não tarda em chegar… Quer-se sorver o ar e as pernas vacilam. Morrem os corpos, num abandono. Que grande calor, caramba!  

SILVA, Antunes da, Suão, Livros Horizonte, Lisboa, 7.ª Edição, 1985, p. 44.

Chafariz do Rossio de S. Brás

 

 
A origem do Chafariz do Rossio de São Brás está longe de ser consensual, e várias são as datas apontadas para a sua construção. "(...) As informações recolhidas apontam para o ano de 1592, a mando de D. Filipe II. Assim, Augusto B. Elerperck, atribuí a sua edificação ao monarca e à data mencionadas, enquanto André de Resende afirma que já existiria em 1573, indicando-a como parte integrante da rede distribuidora das águas de prata. Por outro lado, Túlio Espanca considera que teria sido construída pouco depois de 1604, pela Câmara Municipal da Cidade.
 
 Finalmente o Padre Frederico da Fonseca, refere a sua existência em 1728 (...)" (GUERREIRO, Madalena, 1999, p. 27). No entanto, há notícia da permissão concedida por D. Manuel a um munícipe para a construção de um poço no Rossio em 1497, mais tarde (c. 1501) transformado em chafariz público, facto que se pode relacionar com o Chafariz do Rossio de São Brás, mas apenas no plano das hipóteses (GUERREIRO, Madalena, 1999, p. 27).
 
O Chafariz assenta numa escadaria circular constituída por cinco degraus de granito, interrompidos lateralmente por dois tanques rectangulares. A taça superior, originalmente lobulada, apresenta hoje a forma de um leque, com curvas e contracurvas em movimento ondulado. Ao centro do tanque, ergue-se uma agulha piramidal sustentando uma esfera, sob a qual irrompem as gárgulas primitivas. De facto, uma descrição de 1651 que figura no Tombo Municipal, refere que, nessa época, a água caia da esfera situada no remate da pirâmide central, pelo que era facilmente levada pelo vento. Consequentemente, foram abertos os quatro orifícios que se observam, mais abaixo, no pedestal da pirâmide, por forma a que a água corresse por aí.
 
Fonte: www.ippar.PT

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Obrigatório olhar para o espelho ;)

Rua do Cano, Évora

Fernando Pessoa na Brasileira

A Brasileira do Chiado (fundado em 1905) vendia o "genuíno café do Brasil", produto muito pouco apreciado ou até evitado pelas donas de casa lisboetas naquela época. O estabelecimento foi fundado por Adriano Soares Teles do Vale, nascido no concelho de Arouca onde, curiosamente, Fernando Pessoa, frequentador assíduo do café, também tinha raízes familiares do lado paterno.

Fonte: wikipédia.

Ninguém é rico por aquilo que tem, mas por aquilo que é.

RUIVO, Alice, Passei, parei, deixei-te um beijo, Porto, Seda Publicações, 2014, p. 71.

Capela de Nossa Senhora da Ajuda

Elvas

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Luar diurno

ÉVORA

Para onde vamos?

Odemira

Lagarto de João Concha


Na praça do Geraldo, as esculturas de João Concha dão animação à zona e este pormenor da árvore de ferro está muito giro, faz-me lembrar a cantiga popular:

Lagarto pintado
Quem foi que te pintou
Foi uma velhinha
Que por aqui passou
No tempo da ira
Fazia poeira
Puxa lagarta
Na tua orelha 

Fonte: http://cantigas-roda.blogspot.pt/2012/03/lagarta-pintada.html

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Arte urbana

Évora está a ficar mais colorida este Verão, graças à iniciativa da Associação Sem Pavor e à EDP, que andam a dar vida às caixas de electricidade da cidade. Gosto da iniciativa, sempre é uma surpresa que vou descobrindo em cada recanto e inova estas ruas ermas, velhas e pesadas de história.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

sábado, 16 de julho de 2016

Curvando

Ria de Aveiro

Pôr-do-sol alentejano

ÉVORA

Hoje o tempo não me enganou. Não se conhece uma aragem na tarde. O ar queima, como se fosse um bafo quente de lume, e não ar simples de respirar, como se a tarde não quisesse já morrer e começasse aqui a hora do calor. Não há nuvens, há riscos brancos, muito finos, desfiados de nuvens. E o céu daqui, parece fresco, parece a água limpa de um açude.

PEIXOTO, José Luís, Nenhum olhar, Lisboa, 15.ª edição,  Quetzal Editores, 2012, p. 10.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

A escrita

A escrita ensina-nos e convoca-nos à responsabilidade de entender que estar vivo não é um acaso inútil nem um almoço grátis. Toda a criação artística, de que a escrita faz parte, é uma responsabilidade indeclinável e não somente um dom para autocontemplação. Escrevemos para celebrar a vida, não para resgatarmos a própria morte; escrevemos para os outros, não para nós próprios.

TAVARES, Miguel Sousa, Não se encontra o que se procura, Lisboa, 2.ª edição, 2015, p. 15.

Évora






quarta-feira, 13 de julho de 2016

Poço de Odemira



Na entrada da vila - Rua Serpa Pinto, que dá ligação com a EN 123

Évora de Miguel Torga


Aqui uma varanda onde um ferreiro faz renda, acolá um pátio onde um pedreiro inventou uma nova geometria, além uma oficina onde um caldeireiro fabrica ânforas esbeltas e vermelhas como cachopas afogueadas. 

Aproveitando os incentivos do meio e os recursos do seu génio, o alentejano faz milagres. 

A própria paisagem sem relevo o estimula. Faltava ali  o desenho e a arquitectura, que nas outras províncias existem na própria natureza. 

Pois bem: concebeu ele o desenho e a arquitectura. E, na mais rasa das planícies, ergueu essa flor de pedra e de luz que é Évora.  (...)  

Évora olha os horizontes do alto do seu zimbório espelhado, povoa as casas de lembranças vivas e gloriosas e, sequiosa apenas do eterno, risonha e aconchegada, enfrenta as agressões do transitório com a força da beleza e a amplidão do espírito.  

TORGA, Miguel, Portugal, Alfragide, 10.ª edição, Leya, 2015, pp. 86-87.

Merlo

Diz a sabedoria popular que, "quando o melro canta em Janeiro, é tempo de sequeiro o ano inteiro". A razão do ditado é que os machos desta espécie costumam cantar normalmente de Fevereiro a Junho, altura em que fazem os ninhos. "Cantam para atrair as fêmeas, para defender o território", explica Gonçalo Elias, coordenador do portal www.avesdeportugal.info. Quando começam a cantar mais cedo, é sinónimo de que o tempo "está mais solarengo e será uma estação com menos chuvas, logo, piores colheitas".
 
O melro-preto (Turdus merula) é uma das espécies de aves mais abundantes em Portugal. Curiosamente, em Lisboa e noutras cidades tem-se tornado cada vez mais comum, sendo observado em jardins, mas também em telhados e antenas de prédios, aproveitando novos oportunidades de alimentação. Este merlo consegui-o fotografar nos jardins do Museu Nacional de Arte Antiga.

Fonte:  http://www.dn.pt/ciencia/biosfera/interior/melropreto-uma-ave-que-gosta-de-viver-na-cidade--1535765.html

terça-feira, 12 de julho de 2016

Campeões, campeões, nós somos campeões!!!!




Loucura total na rotunda do Raimundo, Évora, após a vitória de Portugal no Campeonato Europeu de Futebol. Um dia que ficará inesquecível nas nossas vidas - 11 de Julho de 2016!!!

Campeonato de Verão de Natação Sincronizada



Évora, 9 de Julho de 2016

domingo, 10 de julho de 2016

Registos

Passeando pelas ruas de Évora descobrimos registos antigos nas fachadas da cidade mas outros bem mais recentes! Contudo, todos são azulejares.