Lagoa
quinta-feira, 30 de maio de 2019
quarta-feira, 29 de maio de 2019
terça-feira, 28 de maio de 2019
Sonhar
Tenho muita pena
dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam
sobre o longíquo e o estranho. Os que sonham e são felizes, ou são devaneadores
simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes
dizer nada. Mas o que sonha o possível tem a possibilidade real da verdadeira
desilusão.
Bernardo Soares – Páginas do livro do Desassossego, Lisboa, Ática, 2009, p. 18.
Oh as casas as casas as casas
Oh as casas as casas as
casas
As casas nascem vivem e
morrem
Enquanto vivas
distinguem-se umas das outras
Distinguem-se
designadamente pelo cheiro
Variam até de sala pra
sala
As casas que eu fazia
em pequeno…
Oh as casas as casas as
casas
Mudas testemunhos da
vida
Elas morrem não só ao ser demolidas
Elas morrem com a morte
das pessoas
…. Só as casas explicam
que exista
Uma palavra como
intimidade
Sem casas não haveria
ruas
As ruas onde passamos
pelos outros
Mas passamos
principalmente por nós
BELO,
Ruy, Oh as casas as casas as casas, Homem de palavra[s], Porto, Assírio e
Alvim, 2016,p. 60.
segunda-feira, 27 de maio de 2019
Liberdade
Somente ao fazer parte de um estado que exprime a vontade geral, a vontade comum do povo, é que se garante a verdadeira liberdade de cada um de nós. Somente desta forma estarei certo de que a minha liberdade, não a minha prepotência, será defendida pelo estado. Será própria lei a defendê-la.
VIVARELLI, Anna, Eu e os outros -Liberdade para jovens mentes, Lisboa, Nuvem de Letras, 2017,p. 30.
sexta-feira, 24 de maio de 2019
quinta-feira, 23 de maio de 2019
quarta-feira, 22 de maio de 2019
terça-feira, 21 de maio de 2019
segunda-feira, 20 de maio de 2019
sábado, 18 de maio de 2019
Museu da Caça
Hoje que é Dia Internacional dos Museus, seleccionei fotografias de um pequeno museu de Vila Viçosa com uma real colecção - a caça - o que permite visualizar pormenores de animais embalsamados.
quarta-feira, 15 de maio de 2019
terça-feira, 14 de maio de 2019
sexta-feira, 10 de maio de 2019
Viver
Viver é ser
outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje
o mesmo que ontem não é sentir – é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje
o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.
Bernardo Soares – Páginas do livro do Desassossego, Lisboa, Ática, 2009, p. 35.
Um livro
Um livro
escreve-se uma vez e outra vez.
Um livro se
repete. O mesmo livro.
Sempre. Ou a
mesma pergunta. Ou
talvez
o não haver
resposta.
Por isso um livro
anda à volta sobre si mesmo
um livro o poema
a prosa a frase
tensa
a escrita nunca
escrita
a que não é senão
o ritmo
subterrâneo
o anjo oculto o
rio
O demónio azul.
(…)
ALEGRE, Manuel,
Um Livro, Livro de português errante, Lisboa,
Publicações D. Quixote, 2001, p. 31.
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