quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Não condenes o passado com os olhos de hoje

 ... antes de meados do século XVIII, foram raríssimos os que condenaram o tráfico  de escravos e escravidão, e por isso, censuro e confronto os que, agora, julgam e condenam, segundo padrões actuais, as gentes de seiscentos ou setecentos e nos exigem pedidos de perdão pelos seus actos. Não há, aqui, contradição alguma.


MARQUES, João Pedro, Combates pela verdade - Portugal e os escravos, Lisboa, Guerra e Paz, 2020, pp. 146-147.

O arco que separa os largos


 Évora 

Rua do Comércio


 Portimão 

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

A estupidez é um problema médico

Sabe-se hoje que a estupidez é um problema médico  - e que, portanto, pode ser curada. Desde que, evidentemente,  haja quem queira curar-se.

 TABORI, Paul, História natural da estupidez, Silveira, Book Builders, 2017, p.352.



Rua Bernardo Matos


 Évora 

sábado, 17 de agosto de 2024

Nas cidades

 

Cruz Quebrada - Dafundo 


Nas cidades a vida é mais pequena 
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurrarm o nosso olhar para longe do céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

PESSOA, Fernando, Tenho medo de partir - um livro de viagens, Lisboa, Guerra e Paz, 2018, p. 106

Largo da Princesa




 Lisboa

Fatacil 2024







 Lagoa - Algarve 

domingo, 11 de agosto de 2024

Opostos

Início Fim

Partida Meta

Norte Sul

Manhã Noite

Rir Chorar

Nascer Morrer

Amar Odiar 

Sol Lua

Praia Campo

Parar Correr

Droga Virtude

Saber Ignorar

Solidão Multidão 


Xpto

sábado, 10 de agosto de 2024

É só através de nós


Qualquer caminho leva a toda a parte.

Qualquer ponto é o centro do infinito.

E por isso, qualquer que seja a arte

De ir ou ficar, do nosso corpo ou espírito,

Tudo é estático e morto. Só a ilusão 

Tem passado e futuro, e nela erramos.

Não há estrada senão na sensação 

É só através de nós caminhamos.


PESSOA, Fernando, Tenho medo de partir - um livro de viagens, Lisboa, Guerra e Paz, 2018, p. 150.

Estou a tentar apanhar o futuro/ Mas não sei para que lado vai

COHEN, Leonard, A Chama, Lisboa, Relógio d´Água, p. 267.

Tornei-me confiante


Tornei-me confiante
Quando decidi que divertir-me
Era mais importante do que
O medo de parecer ridícula 



KAUR, Rupi, Corpo casa, Alfragide, Lua de Papel, 2021, p. 128.

Nem vês...

Quando àquele ulmeiro vamos

Nem vês folhas, nem vês céu.

O céu escondem-no os ramos,

Os ramos escondo-os eu.


Augusto Gil - Obra Poética, 1.º vol., Lisboa, Círculo de Leitores, 1983, p. 281.

As horas do prazer voam ligeiras...

Dizem que o rei cruel do Averno imundo

tem entre as pernas caralhás lanceta.

Para meter do cu na aberta greta

A qem não foder bem cá neste mundo;


Tremei, humanos, deste mal profundo,

Deixai essas lições, sabida peta,

Foda-se a salvo, coma-se a punheta;

Este o prazer da vida mais jucundo;


Se pois guardar devemos castidade,

Para que nos deu Deus porras e leituras,

Senão para foder com liberdade?


Fodam-se pois, casadas e solteiras,

E seja isto já; que é curta a idade

E as horas do prazer voam ligeiras 


BOCAGE - sonetos completos de Bocage, Lisboa, Círculo de Leitores, 1983, p. 201.

Aproxima-te do teu brilho


Porque foges
Quando és tão bonita
Aproxima-te do teu brilho


KAUR, Rupi, Corpo casa, Alfragide, Lua de Papel, 2021, p. 167.


A vida é o que fazemos dela

A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos.



Bernardo Soares  - PESSOA, Fernando, Tenho medo de partir - um livro de viagens, Lisboa, Guerra e Paz, 2018, p. 165.


Mas quem sente muito, cala

Mas quem sente muito, cala;

Quem quer dizer quanto sente

Fica sem alma, nem fala,

Fica só, inteiramente!


FERNANDO PESSOA in PEDREIRA, Maria do Rosário, DUARTE, Aldina, Esse fado vaidoso, Lisboa, Quetzal, 2022, p. 84.

quinta-feira, 1 de agosto de 2024