A sepultura de Vale de Rodrigo, sendo um dos poucos exemplos no seu género até agora conhecidos em Portugal, representa uma curiosa mistura das estruturas de "tholos" (1) e megalítica, aquela baseada numa planta circular e esta numa planta alongada.
O monumento de Vale – de – Rodrigo 1 ocupa um lugar de destaque nas teorias de vários investigadores sobre o megalitismo do Ocidente da Península Ibérica.
Descrição: apenas a mamoa (2) é visível , com um diâmetro máximo de 56m e cerca de 5 m de altura. Um menir tombado encontra-se na base da sepultura, junto à entrada da vedação, servindo de referência a este bem conservado monumento pré-histórico. No interior da coluna insere-se a sepultura da planta trapezoidal, estreitando-se naturalmente para um corredor.
A delimitação da câmara é feita de 9 grandes esteios de granito, de 2,40 m de altura. Construída com pequenas lages de xisto e consolidada com argila, esta vai-se estreitando progressivamente pela sobreposição das lages, até fechar completamente com recurso a uma única pedra de fecho, provavelmente apoiada num ou mais pilares de madeira, técnica construtiva a que se dá o nome de "falsa cúpula" e que é utilizada na construção das sepulturas colectivas calcolíticas de tipo tholos.
Durante as escavações arqueológicas nos anos 40 foram encontrados crânios e dentes junto às paredes da câmara. Placas de xisto, pontas de seta em silex, utensílios de pedra polida e contas de colar contam-se entre o espólio recolhido.
(1) Tholos: deriva do grego q ól os = estrutura de falsa cúpula.
(2) Mamoa: colina artíficial, construída com terra e pedra
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