O Convento franciscano feminino de Santa Clara de Évora data de meados do século XV, mais precisamente da década de 50, quando a comunidade se instalou nos antigos Paços dos Falcões. O então Bispo da cidade, D. Vasco Perdigão, desempenhou um papel fundamental no apoio a esta casa conventual, desenvolvendo-se as obras num curto espaço de tempo, até 1564, data em que se consagrou a igreja.O actual edifício já pouco conserva dessa primeira campanha quatrocentista. No período filipino, respondendo às normas tridentinas, Manuel Filipe foi encarregue de remodelar a igreja, segundo desenho de um arquitecto ainda desconhecido. Mantiveram-se os limites do antigo templo gótico, mas suprimiram-se as proporções e a espacialidade originais, em benefício da severidade que caracteriza a arquitectura dos anos finais do século XVII.
Ao longo dos séculos, o convento foi alvo de sucessivas reformas e actualizações estéticas. Da época filipina conservam-se ainda importantes vestígios de pintura a fresco atribuídos a José de Escobar. Mais recentes são as telas pintadas por António de Oliveira Bernardes, alsuivas a momentos da vida dos homens mais importantes da Ordem. O tecto da nave, revestido com pintura mural com a figura da Virgem da Conceição ao centro, data de inícios do século XVIII e inspira-se em modelos italianos do Barroco final (ESPANCA, 1966). Igualmente barroco é o retábulo-mor, obra do reinado de D. João V, que substituiu os outros dois altares anteriores, o gótico, feito por André Gonçalves em 1460 e de que nada restou, e o filipino, obra de 1592 do eborense Francisco João e integrando uma pintura alusiva à Vida de Santa Clara, que se conserva no Museu Regional (ESPANCA, 1993, pp.88-89).Definitivamente extinto em 1903, por morte da última freira apenas nesta data, aqui se instalaram várias unidades militares até 1936, data em que parte do convento ruíu. Restaurado e reconstruído pela DGEMN, passou em 1951 para as mãos do Ministério da Educação, que aqui sediou a Escola Comercial e Industrial de Évora.
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