Na vida monótona e pura das raparigas, chega sempre uma hora deliciosa em
que o sol lhes penetra na alma com os seus raios, em que uma flor lhes inspira
pensamentos, em que as palpitações do coração comunicam ao cérebro a sua fecundação
ardente, e fundem as ideias num desejo vago; dia de tristezas inocentes e de suaves
enlevos! Quando as crianças começam a ver, sorriem; quando uma rapariga entrevê
o sentimento da Natureza, sorri como em criança. Se a luz é o primeiro amor da
vida, o amor não será a luz do coração?
BALZAC, Honoré
de, Eugénia Grandet, Lisboa, Editorial Verbo, p. 57.
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