O Palácio das Necessidades (anteriormente chamado Convento de São Filipe de Néri e Convento de Nossa Senhora das Necessidades) é um antigo convento e actual palácio que se localiza no Largo do Rilvas, freguesia da Estrela (Prazeres), em Lisboa, Portugal. É a atual sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Antigo convento da Congregação do Oratório, o conjunto foi iniciado no século XVIII por determinação de D. João V de Portugal, na sequência de um voto daquele monarca feito a Nossa Senhora das Necessidades, cuja ermida se erguia nesse local.
D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha e Koháry,
marido de D. Maria II, residiu neste palácio até à sua morte, nele
reunindo uma grande colecção de arte, que viria a ser dispersa após o
seu falecimento. O palácio sofreu então várias remodelações, fruto do
gosto dos vários monarcas que nele residiram, a última das quais levada a
cabo já no início do século XX, por vontade de Carlos I de Portugal, que mandou ampliar a sala de jantar, devido à ampla actividade diplomática por ele empreendida.
As Necessidades foram o palco de alguns acontecimentos importantes da história portuguesa, como é exemplo aqui se reuniram as Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa as quais aprovaram a primeira Constituição portuguesa. Um outro exemplo é a célebre caixa que o rei D. Pedro V
mandou instalar à porta e onde todos podiam deixar as suas queixas e
mensagens ao soberano. O último grande acontecimento, que viria também a
ser o epílogo da Monarquia, foi o funeral do Rei D. Carlos e do
Príncipe D. Luís Filipe, em 8 de Fevereiro de 1908. Em 5 de Outubro de 1910, o Palácio, devido à sua condição de residência oficial do rei, foi bombardeado por um dos navios estacionados no rio Tejo, afectos às forças republicanas, o Adamastor.
O bombardeamento causou ainda alguns estragos no Palácio, tendo mesmo
uma das granadas atingido os aposentos do Rei, que se refugiou num
pavilhão da tapada das Necessidades.
Valeu então ao edifício a prudência
de um empregado do palácio, que cortou o mastro onde flutuava o
estandarte real, levando os republicanos a pensar que o jovem monarca
tinha abandonado a sua residência. No entanto, D. Manuel II só deixou as Necessidades horas depois, refugiando-se em Mafra,
cessando assim a missão de residência régia deste edifício. Muitas
obras de arte que se encontravam no Palácio e que eram bens privados de
D. Manuel II seguiram depois para a sua residência de exílio, em Londres.