O tempo não passou ou só a consciência
que provisoriamente sinto de voltar alguns anos atrás
a sensação que sei de reflectir sobre esse tempo
de ser um espectador de sucessivos sucedidos dias
de não viver apenas não viver sem sequer saber que vivo
num espaço demarcado onde as coisas e os homens
eram tanto que eram simplesmente
só essa consciência e sensação me fazem suspeitar
de que passou o tempo que nunca passou
BELO, Ruy, O jogo do chinquilho, Na Margem da alegria - poemas escolhidos por Manuel Gusmão, Assírio e Alvim, 2011,p. 94.
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