Apeadeiro algarvio
Considerando as excelentes condições de abrigo da
baía da Horta, e a situação privilegiada na confluência das rotas que
cruzam o Atlântico, há 130 anos o Governo Português ordenava por
Portaria de 31 de Março de 1875, a construção de uma doca na ilha do
Faial.
Com projecto da autoria de Tibério Augusto Blanc, oficial
da arma de engenharia e encarregado das obras públicas em todos os
distritos insulares, iniciou-se a sua construção a 20 de Março de 1876. No
século e meio seguinte, a singularidade da função histórica do porto da
Horta pode dizer-se que se confunde com a história da ilha do Faial,
como a faz entrar na era contemporânea com uma função logística da maior
relevância no plano internacional.
Ponto de escala bem localizado
entre as margens dos continentes americano e europeu, a baía da Horta
foi porto carvoeiro, porto baleeiro, de refresco e baldeação do azeite
das frotas baleeiras americanas de Nantucket e New Bedford, ponto de
amaragem dos hidroaviões da PanAm, Air France, British Overseas Airways e
Lufthansa, até ser hoje a capital do “yachting” do Atlântico Norte.
Afinal,
a ilha do Faial através das excelentes condições do seu porto, iniciou
um trajeto que a projetou muito para além da sua frágil dimensão
económica e espacial, cimentando ao longo de todo este tempo o seu ar
cosmopolita e função transatlântica.