quarta-feira, 31 de março de 2021
sexta-feira, 26 de março de 2021
domingo, 21 de março de 2021
Ó Primavera
sábado, 20 de março de 2021
A vida é um valor sem variações
MENDONÇA, José Tolentino, O que é amar um país, Lisboa, Quetzal, 2020, p 24.
quarta-feira, 17 de março de 2021
domingo, 14 de março de 2021
sexta-feira, 12 de março de 2021
sábado, 6 de março de 2021
António Arnaut
Busto no Parque Verde de Coimbra |
Fonte: Wikipédia
quinta-feira, 4 de março de 2021
Até o fraco gosta de certezas
Se o permitirmos, a incerteza deixa-nos face a face com a natureza do eu-fraco. Uma das razões pelas quais nos agarramos à ilusão da certeza é a da que ela dá ao eu-fraco a falsa sensação de controlo. Como o eu-fraco é a parte de nós que investe em matar a nossa auto-imagem e a visão do mundo, ele gosta de ter certezas.
RANKIN, Lissa, Cure os seus medos, Amadora, Nascente, 2016, p. 133
terça-feira, 2 de março de 2021
Jardim Botânico da Ajuda
segunda-feira, 1 de março de 2021
Silêncio
o sorriso entretela o sonho assertoado
sobretudo o peludo que se põe de manhã
e à noite é escovado.
Sobretudo o chumaço da cultura nos ombros
e a fazenda inglesa de meia-estação.
Sobretudo o cuidado que ao despi-lo pomos
em estarmos vestidos como os outros são.
SANTOS, Ary dos, O sobretudo, Vinte anos de poesia, Lisboa, Círculo de Leitores, 1984, p. 63.
Abre os olhos
Abre os olhos e vê. Sê vigilante
a reacção não passará diante
do teu punho fechado contra o medo.
Santos, Ary, Vinte anos de poesia, .... p. 148.
As modalidades do tempo que não estica
Que somos nós senão escravos do tempo? Vivemos sob a ditadura do tempo cronológico: aquele tempo utilitário e voraz, aquele contador ininterrupto que não dorme, aquele corredor que ninguém consegue travar. Somos literalmente engolidos pelo tempo, como a sugestiva imagem da mitologia diz ser a prática de Cronos, o inexpugnável rei dos titãs que, sem piedade, devorara os próprios filhos. E damos por nós a habitar dentro desse processo de devoração, correndo na ofegante corrente dos dias, acreditando que nada pode parar, temendo qualquer ralentização ou pausa e deixando com isso adiando a vida para outra vida. Estamos sempre a empurrar para o fim de semana, ou então para as férias ou para uma ocasião propícia que nunca chega. Porque o tempo não estica.
MENDONÇA, José Tolentino, O que é amar um país, Lisboa, Quetzal, 2020, pp 41-42.