e dos que ficam. Mas estes
numa inveja danada por aqueles terem
sido capazes de partir, imaginam-lhes a vida
a série de triunfos sonhados por eles mesmos
nas horas de descrerem da mesquinhez em que triunfam
todos os dias. E raivosamente
escondem a frustração nos clamores
da injustiça por os outros lá não estarem
(como eles estão), do mesmo passo
que se ocupam afanosamente em suprimi-los
(não vão eles ser tão tolos –
– a ponto de voltarem).
Jorge de Sena
Fotografia do Consulado Português, na cidade do Luxemburgo.
Hoje é dia de Portugal e das Comunidades. O ano passado foi um dia normal de férias que passei no Luxemburgo, onde descobri que além dos funcionários do consulado, os professores de português gozavam o feriado.
Este poema que escolhi para hoje, de Jorge de Sena, é perfeito para descrever a relação entre Portugal e os portugueses que saiem do seu país. Apesar deste poeta ter sido um emigrante forçado devido ao regime salazarista, penso que este poema é ainda muito actual.
Os nossos emigrantes vivem amargurados por estarem longe, agarrando-se muito à ideia do baixo nível de vida, dos assaltos e da violência em Portugal, generalizando o que de pior há no nosso país. Chamo à atenção que isso não quer dizer que não sintam orgulho do seu país e das suas raízes. Aliás, o fado, o futebol e "Fátima", ou seja, o cristianismo são a sua marca, além da qualidade do seu trabalho, claro! Existe apenas um grande saudosismo...
Bibliografia:
Fonte: http://www.letras.ufrj.br/posverna/mestrado/QueirozFTH.pdf
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