Feliz aquele que administra sabiamente
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
Podem passar os meses os meses e os anos nunca lhe faltará
Oh! como é triste envelhecer à porta
entretecer nas mãos um coração tardio
Oh! como é triste arriscar em humanos regressos
o equilíbrio azul das extremas manhãs do verão
ao longo do mar transbordante de nós
no demorado adeus da nossa condição
É triste no jardim a solidão do sol
vê-lo desde o rumor e as casas da cidade
até uma vaga promessa de rio
e a pequenina vida que se concede às unhas
Mais triste é termos de nascer e morrer
e haver árvores ao fim da rua
É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro
É triste no outono concluir
que era o verão a única estação
Passou o solidário vento e não o conhecemos
e não soubemos ir até ao fundo da verdura
como rios que sabem onde encontrar o março e com que pontes com que ruas com que gentes com que montes conviver
através de palavras de uma água para sempre dita
Mas o mais triste é recordar os gestos de amanhã
Triste é comprar castanhas depois da tourada
entre o fumo e o domingo na tarde de novembro
e ter como futuro o asfalto e muita gente
e atrás a vida sem nenhuma infância
revendo tudo isto algum tempo depois
A tarde morre pelos dias fora
É muito triste andar por entre Deus ausente
Mas, ó poeta, adiministra a tristeza sabiamente
BELO, Rui, A mão do arado, O Problema da habitação – alguns aspectos, p. 9.
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
ANTIGA CENTRAL ELEVATÓRIA DE ÁGUA DA CIDADE DE ÉVORA (CEA)
A Central Elevatória de Água, localizada no centro histórico de Évora, está actualmente desactivada, e funciona como uma unidade museológica, patente ao público. Construída para permitir o fornecimento de água a todos os pontos da cidade, esta central era parte essencial da rede de distribuição de água ao domicílio inaugurada a 4 de Junho de 1933.Com este sistema, que reconstruiu as captações e os troços do Aqueduto da Água da Prata, desde a Graça do Divor até à cidade, passou a ser possível a elevação da água à parte alta da cidade, assegurando uma pressão conveniente nos andares superiores dos prédios e permitindo um combate eficaz contra os incêndios.
Até então, o abastecimento de água à população era feito exclusivamente através das fontes e chafarizes, chegando apenas a algumas casas, através do aqueduto.Todo este projecto é da autoria do Engenheiro Viriato Castro Cabrita, posteriormente substituído pelo Engenheiro Ricardo Teixeira Duarte, e as suas construções em cimento armado foram da responsabilidade do Engenheiro Virgílio Preto.Importante testemunho da história eborense, que deve ser preservado devido ao seu valor artístico e industrial, a CEA engloba um conjunto ímpar de estruturas imóveis, nomeadamente uma câmara de manobras, quatro reservatórios de chegada, uma estação elevatória e um reservatório de serviço regulador de distribuição de água.De todo este complexo, evidencia-se a estação elevatória, que alberga ainda a última maquinaria que aí funcionou, tendo o seu edifício a particularidade de apresentar elementos arquitectónicos de estilo internacional e estando decorado com elementos Arte Déco.
A CEA, desde o início usando energia eléctrica, funcionou durante várias décadas, passando em 1966 a receber água da Albufeira do Divor. Na década de 70, a construção de depósitos soterrados na encosta do Alto de São Bento levaram ao seu encerramento.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Convento e Igreja do Salvador
O Convento do Salvador do Mundo fica situado na Praça do Sertório, freguesia de Santo Antão, em Évora. Este convento foi sagrado em 24 de Julho de 1610, depois de a comunidade de freiras clarissas que o ocupavam terem primitivamente habitado no sítio onde depois, por ordem do Cardeal D.Henrique, Arcebispo de Évora, se construiu a Igreja do Colégio dos Jesuítas.
Encerrado por força da expulsão das Ordens Religiosas, no final do século XIX, serviu como Quartel de Artilharia 1 até ser demolido, na década de 1940, dando lugar ao edifício da Estação dos Correios de Évora e à nova Rua de Olivença. Escaparam à destruição a Igreja, a Torre-Mirante (hoje sede da extinta Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais - Sul) e parte do Claustro.
Fonte: Wikipédia.
A igreja é um puro exemplar da arte barroca conventual do século XVII. Ao seu lado, subsiste a antiga torre da cerca velha da cidade, construção do século XIV (com prováveis origens visigóticas), depois integrada pelas freiras no Mosteiro, como torre-mirante (com as habituais janelas de tijoleira, que também existem nos outros dois conventos de clarissas da cidade, Santa Clara e Calvário.
Encerrado por força da expulsão das Ordens Religiosas, no final do século XIX, serviu como Quartel de Artilharia 1 até ser demolido, na década de 1940, dando lugar ao edifício da Estação dos Correios de Évora e à nova Rua de Olivença. Escaparam à destruição a Igreja, a Torre-Mirante (hoje sede da extinta Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais - Sul) e parte do Claustro.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Frescos no Recolhimento dos Religiosos Paulistas
O Recolhimento dos religiosos paulistas da congregação da Serra de Ossa deveu-se ao auxilio prestado pelo Cardeal Infante D. Henrique, que para o efeito adquiriu, em 1578, o devoluto Paço do Fidalgo Rui Palha de Almeida, conselheiro de D. Manuel I, edifício que se apoiava no Torrejão da Porta Nova dos judeus, onde se guardavam documentos e o tesouro do Infante D. Luís, Duque de Beja e Prior do Casto, Torre da Muralha Medieval que se perdeu parcialmente em 1650, pela pavorosa explosão de pólvora nela armazenada durante a Guerra da Restauração.
Do velho paço subsistem, embebidos nos alçados, algumas portas e janelas geminadas, do estilo Gótico, de granito, quatrocentistas, e do instituto a Arcada da Portaria, com abóbada revestida de pinturas a fresco, datada de 1689, com ornatos Barrocos, de grotescos, laçaria e alegorias de monges eremitas: a casa do lavabo e refeitório, ambos de cobertura artesoadas e este de lambril azulejar monocromo, com, com motivos de açafates e de figura avulsa (séc. XVII – XVIII). Da sóbria frontaria voltada para a antiga praça do peixe (Sertório) subsiste, profanada, a Igreja Colegial, com tecto pintado no estilo pompeiano e perspectivado, da tradição italiana setecentista e, no alto rodapé uma interessante barra de azulejos policromos, do modelo de tapete e motivação pouco vulgar (séc. XVII), local onde hoje é a Direcção Escolar, Repartição de Finanças.
Fonte: http://pro-evora.org/000.htm
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
Presépio dos Jerónimos
O presépio é uma referência cristã que remete para o nascimento de Jesus na gruta de Belém, na companhia de José e Maria. Conta a Bíblia que, depois de muito tempo à procura de um lugar para albergar o casal, que se encontrava em viagem por motivo de recenseamento de toda a Galileia, José e Maria tiveram que pernoitar numa gruta ou cabana nas imediações de Belém.
De acordo com a mesma fonte, Jesus nasceu numa manjedoura destinada a animais (no presépio, uma vaca e um burro) e foi reconhecido, no momento do nascimento, por pastores da região, avisados por um anjo, e, dias mais tarde, por magos (ou reis) vindos do oriente, guiados por uma estrela, que teriam oferecido ouro, incenso e mirra ao recém-nascido. Segundo a história, estes acontecimentos ocorreram no tempo do rei Herodes, que teria mandado matar todas as crianças por medo de perder o seu trono para o futuro rei dos judeus.
Fonte: Wikipédia.
sábado, 24 de dezembro de 2011
Presépio
O presépio tradicional português é decorado com musgo, vegetação e peças de cerâmica avulsas, como o presépio da Igreja de N. Sra. do Cabo, em Linda-a-Velha.
Em Portugal, o presépio tem tradições muito antigas e enraizadas nos costumes populares. Este é montado no início do Advento sem a figura do Menino Jesus, que só é colocada na noite de Natal, depois da Missa do Galo. Tradicionalmente, é perto do presépio que são colocados os presentes que são distribuídos depois de se colocar a imagem do Menino Jesus. O presépio é desmontado a seguir ao Dia de Reis.
O Menino Jesus, o filho de Deus, o escolhido para ser o salvador do povo, está ao centro. Maria, a mãe do filho de Deus. Do seu ventre, nasceu Jesus Cristo, adora o Menino, assim como José, o seu pai adoptivo.
Fonte: Wikipédia.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
Arco de Santa Isabel
Correspondendo a uma das portas da cidade romana de Ebora, esta estrutura militar, civil e pública foi edificada entre finais do séc. II e os inícios do séc. III d. C. Construída em cantaria de granito, e sem a presença das vigias que a compunham, chegou até aos nossos dias apenas o amplo vão rasgado na muralha da cidade de Évora.
Possui na altura c. de 4,5 m e 4 m de largura, trata-se de um arco de volta perfeita, composto por 29 silhares colocados em cunha. Estes encontram-se, por sua vez, apoiados em impostas e robustos pilares de cantaria esquadriada e almofadada.
sábado, 17 de dezembro de 2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Igreja de Santo Antão
A Igreja de Santo Antão ou Igreja Paroquial de Santo Antão é um monumento religioso da cidade de Évora, estando situado na Praça de Giraldo, freguesia de Santo Antão. Foi mandada construir pelo Cardeal D.Henrique, Arcebispo de Évora, no lugar onde se erguia a medieval Ermida de Santo Antoninho. Para a sua construção demoliu-se o Arco do Triunfo romano.
A igreja começou a ser construída em 1557, sendo um exemplar do período final da Renascença, de três naves, apresentando as características das chamadas igrejas-salão. Apresenta um considerável conjunto de altares de talha dourada, destacando-se ainda o raro frontal de mármore do altar-mor representando o Apostolado, obra do século XIV, proveniente da velha ermida de Santo Antoninho.
Fonte: Wikipédia.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
TELEVISÃO PORTUGUESA
A televisão portuguesa é (...) uma pura miséria, uma máquina de fabricação e sedimentação de literacia (P.34)
Portugal, Hoje - O Medo de Existir, de José Gil
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
PEQUENEZ
O português revê-se no pequeno, vive no pequeno, abriga-se e reconforta-se no pequeno: pequenos prazeres, pequenos amores, pequenas viagens, pequenas ideias ("pistas"... que se abrem aos milhares a cada pequeno ensaio). (P.51)
Portugal, Hoje - O Medo de Existir, de José Gil
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Igreja da Misericórdia de Évora
A Igreja da Misericórdia é um importante monumento religioso da cidade de Évora, situado no Largo da Misericórdia, freguesia da Sé e São Pedro.
A fundação da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Évora remonta a 7 de Dezembro de 1499, tendo sido instituida pelo próprio rei D.Manuel I, pela sua mulher a Rainha D.Maria e pela sua irmã, a rainha-viúva D.Leonor. Tendo tido a primeira sede na Capela de São Joãozinho (anexa ao Convento de São Francisco), veio transferida para este local já no reinado de D.João III. A primeira pedra da igreja foi lançada em 1554.
A igreja, de uma só nave e de sóbrias proporções, apresenta um majestoso conjunto de arte barroca dos séculos XVII e XVIII, sendo uma das mais belas igrejas da cidade de Évora. As paredes laterais encontram-se revestidas de belíssimos painés de azulejos azuis e brancos, encimados por telas a óleo, representando as Obras de Misericórdia espirituais e materiais, respectivamente. A parede fundeira é totalmente preenchida por um notável retábulo de talha dourada, encimado pela representação, a óleo, da Virgem da Misericórdia. O trono da exposição solene da Sagrada Reserva, em Quinta-Feira Santa, é ocultado durante o resto do ano por outra tela, representando a Visitação de Nossa Senhora a sua prima Isabel. Do lado direito, no corpo da igreja, levanta-se a galeria com os assentos onde tomam lugar os Mesários da Irmandade durante as cerimónias solenes.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
Igreja do Salvador
A igreja do Salvador está actualmente encerrada, desafecta do culto, destituída de qualquer função, desintegrada do contexto religioso, social, cultural, turístico da cidade, acrescenta o conjunto de património edificado religioso em situação de mau estado de conservação. Encerra nela um conjunto considerável de bens móveis: entre pintura, talha, imaginária e mobiliário que se encontra em estado muito grave de conservação, sem quaisquer tipo de condições de acondicionamento e protecção.
A igreja do SalvadorA igreja do Salvador é uma igreja típica “de freiras clarissas” (conforme designava Túlio Espanca no seu Inventário Artístico) que integra o extenso e rico património arquitectónico de natureza religiosa da cidade de Évora. O valor da igreja do Salvador encontra-se: na sua relação com a cidade, perfeitamente em harmoniosa relação e inserida na malha urbana, no núcleo histórico, dentro da denominada Acrópole; no seu testemunho histórico, religioso, social e cultural da comunidade onde se insere, pois impele a um forte contributo para o sentimento de identidade local; na sua caracterização formal e estilística, a igreja do Salvador assimila a produção de Seiscentos, da qual é exemplar, cujas igrejas estão mais próximas da concepção com o pensamento tridentino, revelando-se um objecto arquitectónico de aparência paradoxal, que contrapõe a depuração exterior à máxima opulência interior; na sua organização e configuração espacial interna, pois permite aprofundar e reconhecer a natureza do espaço Sagrado/Litúrgico, na relação entre a funcionalidade e o simbolismo no entendimento das comunidades religiosas (especificamente a comunidade das religiosas do Salvador) e da liturgia nos tempos dos pós Concílio de Trento.
Fonte: http://per-deum.blogspot.com/2009/10/o-patrimonio-da-igreja-do-salvador-e.html
sábado, 3 de dezembro de 2011
Interior da Sé de Castelo Branco
A Igreja de São Miguel, Igreja Matriz ou Sé Catedral de Castelo Branco, situa-se em Castelo Branco, Portugal. Originalmente de traçado medieval, foi construída e sofrendo alterações ao longo de vários séculos, sendo hoje maioritariamente visível os elementos da arquitectura barroca e rococó. O arco do cruzeiro foi alterado a cerca de 1608 sendo ainda visíveis vestígios da estrutura original do século XVI.
As principais campanhas de intervenção arquitectónica ocorreram em 1682, visível nos dois níveis inferiores da fachada, de cariz barroco, e em 1691, com a introdução de pinturas da autoria de Bento Coelho em oito capelas.
Em 1771, com a passagem de Castelo Branco a Diocese, a igreja eleva-se a catedral e recebe nesta altura obras de beneficiação. Em 1785 é reconstruída a capela-mor e em 1791 introduzidas pinturas de Pedro Alexandrino no retábulo (de 1785) e na Capela do Santíssimo.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Sé de Castelo Branco
A fachada principal é dominada por três portais no nível térreo (laterais com frontão triangular e central mais elevado com frontão curvo interrompido), duas janelas a ladear um nicho com uma estátua de São Miguel no nível intermédio, óculo circular no nível superior, e duas torres sineiras laterais. No interior, a nave longitudinal apresenta seis altares laterais em talha dourada. A igreja foi classificada pelo IPPAR como Imóvel de Interesse Público em 1978.
Fonte: Wikipédia.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Paz
Exposição temporária na Sala da Guerra
Palácio de Versalhes
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Montado
Os montados de azinheiras e sobreiros cobrem quase completamente todo o País ao sul do Tejo até às serras do Algarve, e ainda parte dos distritos de Castelo Branco e Guarda, e são uma das maiores riquezas dos lavradores pela produção de bolota, que desempenha um importante papel na engorda de grandes varas de porcos, dando um sabor esquisito à sua carne; pela enorme produção de lenha e carvão; e ainda pela casca do sobreiro, a cortiça, que é uma das maiores forças de receita do nosso país e serve de matéria-prima a uma das mais ricas indústrias de Portugal. A cortiça portuguesa é preferida nos mercados estrangeiros, onde tem atingido elevadíssimos preços, pois é superior em qualidade à que exportam a Espanha e a Argélia, únicas regiões no Mundo, além de Portugal, onde ela se cria.
As azinheiras e os sobreiros gostam de terrenos ásperos, calcinados, e o seu porte é majestoso e severo. De um verde-escuro, um tanto triste mas perdurável, parecem feitos para cantar um céu mais azul e um sol mais quente, cm uma terra mais dilatada. Por isso os montados imprimem às vastas planícies alentejanas aquele aspecto grave e austero que se respira no ar, que se nota na terra e que caracteriza a gente.
Fonte: http://alentejodopassado.blogspot.com/2010/02/os-montados.html
domingo, 27 de novembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
QUANDO SE LÊ...
Quando se lê num livro de centenas de páginas de letra miudinha que uma mulher é realmente um ser de maravilha, é porque o escritor desviou os olhos da mulher dele e se pôs a sonhar. (...)
Quando se lê num livro que uma viagem até outra cidade é uma experiência agradável para um jovem, é porque o escritor é provavelmente um homem com oitenta ou noventa anos que em criança se afastou de casa umas duas milhas, de carroça. (...)
Quando se lê num livro que um rapaz responde ajuizadamente a um velho, é porque o escritor leu o Antigo Testamento e é dado ao exgero. (...)
Quando se lê num livro a história de um homem que se apaixona por uma rapariga e casa com ela, é porque o escritor é um homem muito novo que não faz a menor ideia de que ela há de falar sempre fora de vez até à hora em que estiver para ir para a cova, aos noventa e sete anos de idade.
SAROYAN, William, A viagem a Hanford, O meu nome é Aram, Lisboa, Editoral Verbo,1972, p.p. 20-22.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
EÇA DE QUEIROZ EM ÉVORA
Évora – a cidade de políticos e lavradores, no tempo em que, aí por 1867, Eça de Queiróz a veio habitar, aqui passou uns meses, e nela deixou o rasto luminoso da sua passagem ao fundar e redigir um pequeno seminário intitulado “O Distrito de Évora”, no actual Largo Joaquim António de Aguiar. A placa assinala esta breve presença do escritor que foi jornalista 9 meses em Évora.
DAVID, Celestino, Eça de Queiroz em Évora, Montemor-o-Novo, s.n., 1945, p. 23.
DAVID, Celestino, Eça de Queiroz em Évora, Montemor-o-Novo, s.n., 1945, p. 23.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Zé Povinho
Rafael Bordalo Pinheiro trouxe a estética moderna a Lisboa. Tendo em conta a personalidade das principais figuras culturais de então, Rafael Bordalo Pinheiro destaca-se pela modernidade militante, pelo optimismo visceral e pela tranquilidade com que sempre viveu a sua agitada e nada fácil vida.No entanto, ele é saudavelmente um desiludido com as pessoas – que, para ele, todas são corruptíveis – e, sobretudo, com as instituições que, mesmo depois das reformas, regressam ao mesmo: arrogância e ignorância.
A História é um palco em que a intriga é sempre a mesma. Delineia-a como comédia e farsa, não como tragédia. Usa o riso para provocar e agredir mas não para curar o que não tem cura.Entende o atraso do país, a sua sebastiana megalomania, a sua preguiça e trafulhice e está sinceramente convencido que não tem cura. Descrê do Rotativismo monárquico (cujos podres conheceu como ninguém) mas não é grande entusiasta da República. Sabe que Portugal será sempre um peão, ou uma bola de sabão a desfazer-se nas mãos interesseiras de John Bull ou do Kaiser.
Este é o contexto da criação do Zé Povinho, esperto e matreiro, sem moral nenhuma: se pudesse trepava para as costas dos que o cavalam a ele. Não gosta de trabalhar e prefere resignar-se do que a combater. O manguito é o seu gesto filosófico perante os desacertos do mundo.Esta descrença não foi para Rafael Bordalo Pinheiro um estado de alma, antes uma espécie de filosofia social, ancorada na ciência do seu tempo dominada pelas teorias de Darwin e a morte de Deus. Por isso ele foi tão diferente dos seus contemporâneos artistas como ele.
Fonte: Raquel Henriques da Silva inhttp://www.museubordalopinheiro.pt/0101.htm
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