Desciam devagar, a firmar cada pé nas pedras da ladeira. A mãe e o filho, carregados de malas, vestidos com as roupas mais novas, equilibravam-se. Do cimo da ladeira, podia ver-se a distância da vila e, lá ao fundo, os campos estendidos. Talvez houvesse pássaros que, naquele mesmo lugar, apenas abriam as asas e, planície após planície, deixavam-se deslizar até ao horizonte. A mãe e o filho não podiam, estavam presos por sapatos apertados.
PEIXOTO, José Luís, O Livro, Lisboa, Quetzal, p. 15.
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