A Fonte da Praça de Giraldo (classificada como Monumento Nacional, Dec.16-06-1910, DG 136 de 23 de Junho de 1910, ZEP, DG 101) é um dos monumentos mais interessantes do património hidráulico eborense, de arquitectura civil renascentista, construída provavelmente entre 1571 e 1573, é considerada uma sumptuosa peça do seu género na região.
Vários investigadores mencionam que a localização da fonte corresponde ao espaço anteriormente ocupado por um arco triunfal ou um pórtico romano. E que junto a este legado se construiu durante o século XV ou XVI o suposto Chafariz dos Quatro Leões, com esculturas que datavam provavelmente do período romano e que recebiam água do Aqueduto da Água da Prata. Terá sido por ordem do Cardeal-Infante D. Henrique que se demoliu todo este património, supostamente por estas construções taparem a frontaria da Basílica de S. Antão, então recentemente edificada, dando lugar à construção da actual fonte.Construída em estilo barroco, a fonte teve como tracista o arquitecto Afonso Álvares, mestre das obras da Comarca e do Cano Real, sob orientação de Joane Mendes Cicioso, tendo custado, pelo menos, a quantia de 5000 cruzados.
Para a construção do seu bojo, segundo Túlio Espanca, a 6 de Novembro de 1571, foi preciso romper uma ombreira da Porta da Lagoa para poder passar um bloco de mármore branco de Estremoz, que pesava muitas toneladas. Constituída por um único tanque, de secção redonda, a fonte assenta numa base de braceletes. Tem oito mascarões com bicas em bronze, antropomórficas, concebidas no gosto clássico, que envolvem a taça e correspondem às oito ruas que vêm desembocar na Praça de Giraldo.
Na base em que assenta a coroa apresenta-se a seguinte inscrição latina de homenagem, em letra romana: SEBAS / TIANO / LVSIT / REGI / PIO FE / LICIN / VICTO / VITA. Segundo a história popular, Filipe III de Espanha, em 1619, terá dito a lendária frase quando se referia à fonte: Bien merece ser coronada!
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