Este pequeno museu na modesta terra de Tordesillhas situa-se no palácio onde o mesmo foi assinado pelos embaixadores portugueses e espanhóis. A escolha do local deve-se ao facto desta localidade ser banhada pelo rio Douro.
A acompanhar imagens do museu (cuja entrada é livre) uma explicação sobre o porquê deste tratado:
Depois da chegada de Colombo às "Índias Ocidentais", uma divisão de influência tornou-se necessária para evitar o conflitos entre espanhois e portugueses. Isto foi resolvido em 1494, com o Tratado de Tordesilhas que "dividia" o mundo entre as duas potências.
Imediatamente após o regresso de Colombo, em 1493, os reis católicos tinham obtido do papa Alexandre VI a bula pontifícia Inter caetera afirmando que todas as terras a oeste e sul de um meridiano 100 léguas a oeste do Açores ou das Ilhas de Cabo Verde deveriam pertencer à Espanha e, mais tarde, incuindo todos territórios da Índia. Não mencionava Portugal, que não podia reivindicar terras recém-descobertas nem sequer a leste desta linha. O rei D. João II de Portugal não ficou satisfeito com o acordo, sentindo que este lhe dava pouca margem - impedindo-o de chegar à Índia, seu objectivo principal. Negociou então directamente com o rei Fernando de Aragão e a rainha Isabel de Castela para mover esta linha para oeste, permitindo-lhe reivindicar todas as terras recém-descobertas a leste do mesmo.
No Tratado de Tordesilhas de 1492 os portugueses "recebiam" todos os territórios fora da Europa a leste de um meridiano que corria 270 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, o que dava o controlo sobre a África, Ásia e leste da América do Sul (Brasil). Aos espanhóis foram atribuídos todos os territórios a oeste dessa linha, ainda quase totalmente desconhecidos, e que se revelaram ser principalmente a parte ocidental do continente americano e as ilhas do Oceano Pacífico.
Só uma pequena parte da área dividida pelo Tratado de Tordesilhas havia sido vista pelos europeus, sendo dividida apenas no papel. Imediatamente após a primeira viagem de Colombo vários exploradores navegaram na mesma direção. Em 1497, Giovanni Caboto, também um italiano, obteve uma carta-patente do rei Henrique VII de Inglaterra. Partindo de Bristol, provavelmente apoiado pela associação local "Society of Merchant Venturers", Caboto cruzou o Atlântico mais a norte, esperando que a viagem fosse mais curta e aportou algures na América do Norte, possivelmente na Terra Nova.
Em 1499, João Fernandes Lavrador foi licenciado pelo rei de Portugal e, juntamente com Pêro de Barcelos, pela primeira vez avistou o Labrador, que lhe foi concedido e nomeado em sua homenagem. Após regressar possivelmente foi para Bristol, navegando em nome da Inglaterra. Praticamente ao mesmo tempo, entre 1499-1502, os irmãos Gaspar e Miguel Corte Real exploraram e nomearam as costas da Gronelândia e da Terra Nova. Ambas as explorações foram assinaladas no planisfério de Cantino de 1502.
Fonte: Wikipédia.
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