A fundação da Universidade data do ano 1218 por el-rei Afonso X, com a categoria de Estudo Geral do seu reino. O título de Estudo Geral pretende indicar a diversidade das disciplinas ensinadas, a sua condição de estabelecimento público, isto é sem o carácter privado de anteriores colégios, sendo uma instituição aberta a todos que para ela tivessem merecimento (no conceito da época). A condição de Estudo Geral garantia também o reconhecimento real dos títulos que fossem concedidos. A instituição levou cerca de dois séculos para conseguir contar com edifícios próprios onde ministrar a docência. Até ter edifício próprio, as aulas eram ministradas no claustro catedralício do templo magno da cidade, em casas arrendadas ao cabido e na igreja de San Benito.
Durante o reinado de Afonso X, o Sábio, o Estudo Geral foi transformado em Universidade. O cardeal aragonês Pedro de Luna, que depois seria o papa de Avinhão Bento XIII, foi um grande protector da instituição, impulsionando a compra dos primeiros edifícios e a construção das Escuelas Mayores, o edifício histórico da Universidade, a partir do ano 1411.
Para além das Escolas Universitárias (o equivalente às actuais Faculdades), o ensino eram ministrado em Colégios Mayores, para licenciaturas e doutoramentos, e Colégios Menores, para bacharelato. Os colégios eram em geral organizados segundo a origem maioritária dos seus estudantes. De entre os mais importantes destacam-se os colégios de Oviedo, de Cuenca, dos Nobres Irlandeses, de Anaya e de San Bartolomé, entre outros.
Entre muitas outras questões pioneiras em diversos ramos do saber, coube ao claustro desta Universidade discutir a viabilidade do projecto de Cristóvão Colombo e as consequências que adviriam da veracidade das sus afirmações. Uma vez descoberta América, nele se discutiu sobre o direito dos indígenas ameríndios a serem reconhecidos com plenitude de direitos pessoais, algo revolucionário para a época. Nele também se analisaram, pela primeira vez de forma sistematizada, os processos económicos, e se procedeu ao desenvolvimento da ciência do Direito.
Para além das contribuições pioneiras para a ciência, a Universidade de Salamanca foi um importante foco humanista e a principal fonte de que se nutria a administração da monarquia hispânica para criar e manter o seu Estado e a administração imperial que lhe estava associada. Matemáticos de Salamanca estudaram a reforma do calendário, por encargo do papa Gregório XIII, e propuseram a solução que posteriormente se adoptou.
O auge da fama da instituição atingiu-se em finais do século XVI, período em que nela conviveram alguns dos intelectuais mais brilhantes da Península Ibérica, formado o que ficou conhecido como a escola de Salamanca. Por volta de 1580, a Universidade salmantina admitia cerca de 6 500 estudantes novos em cada ano, fazendo dela uma das maiores do mundo de então. A influência da Universidade de Salamanca ultrapassou em muito as fronteiras de Castela, atraindo numerosos estudantes e investigadores estrangeiros. Forma muitos os portugueses que nela cursaram, incluindo alguns dos mais brilhantes intelectuais portugueses do Renascimento. A presença de universidade em Salamanca está espalhada por toda a cidade, nos seus diferentes pólos.
Fonte: Wikipédia.
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