Hoje, que o Panteão Nacional acolheu mais uma heroina portuguesa, não posso deixar de partilhar esta ilustre homenagem no meu blogue com um dos poemas de Sophia de Mello Breyner, dEsta gente que ela tão bem conheceu, o nosso povo:
Esta gente cujo
rosto
Às vezes
luminoso
E outras vezes
tosco
Ora me lembra
escravos
Ora me lembra
reis
Faz renascer
meu gosto
De luta e de
combate
Contra o abutre
e a cobra
O porco e o
milhafre
Pois a gente
que tem
O rosto
desenhado
Por paciência e
fome
É a gente em
quem
Um país ocupado
Escreve o seu
nome
E em frente
desta gente
Ignorada e
pisada
Como a pedra do
chão
E mais do que a
pedra
Humilhada e
calcada
Meu canto se
renova
E recomeço a
busca
De um país
liberto
De uma vida
limpa
E de um tempo
justo
Sophia
de Mello Breyner Andresen, in "Geografia". Retirado do site
http://www.citador.pt/poemas/esta-gente-sophia-de-mello-breyner-andresen
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