Embora eu seja um velho errante, e mal me entenda comigo mesmo, levo a densa consciência do meu poder. Cheguei à clareira da verdade maior, a que existe porque a adivinho, quando me afoito a fechar os livros. Se perguntarem por mim, já passei, e se quiserem saber até onde, nunca lá haverão de me encontrar. Sou da névoa como dos ossos cansados, da chuva como das mãos que tremem, e da brisa como da frouxa respiração.
CLÁUDIO, Mário, Embora eu seja um velho errante, Alfragide, D. Quixote, 2021, p. 133.
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