Em vez de peixes, Senhor,
dai-nos a paz,
um mar que seja de ondas inocentes,
e, chegados à areia,
gente que veja com coração de ver,
vozes que nos aceitam
AMARAL, Ana Luísa, Ágora, Porto Assírio e Alvim, 2019, p. 137.
Em vez de peixes, Senhor,
dai-nos a paz,
um mar que seja de ondas inocentes,
e, chegados à areia,
gente que veja com coração de ver,
vozes que nos aceitam
AMARAL, Ana Luísa, Ágora, Porto Assírio e Alvim, 2019, p. 137.
Até nos meus sonhos procuro por ti
Anseio por um simples abraço teu
Para reforçar as minhas forças.
Não te encontro...
Nem coragem para pedir um olhar teu
Este feitio de não incomodar ninguém acabará comigo
Ser cuidadora é esquecer que existo
Viver em função de quem ama
Nunca mais te vou encontrar?...
X p t O
MÃE, Valter Hugo, Contra mim, Porto, Porto Editora, 2020 p. 63.
Tu hoje fazes anos
E não consigo dar te o presente
Não sei onde anda o ausente
em mim omnipresente
marcada para sempre
Imaculada sente-se
Pensamento prende
És o meu sonho bom
Existes e exulto
Dás a melhor prenda de sempre
Mas nunca a conseguirei pagar
Em todos estes dias
A meia nunca será nada
É impossível combater a concorrência
Xpto
COHEN, Leonard, A Chama, Lisboa, Relógio d´Água, p. 224.
Parabéns amigo
Por seres o escolhido
Por passar os dias a sonhar contigo
Por ambicionar gritar por ti
Aprender o pino
Mas cada vez mais perco o tino...
Parabéns amigo
Por seres o caminho
Por passar os dias a procurar o colorido
Por ambicionar gozar em ti
Aprender a tocar o sino
Mas cada vez mais entristeço....
Parabéns amigo
Por seres o meu ninfo
Por passar os dias a tentar perceber esta amizade
Por ambicionar ter experiência para ti
Aprender a ser mulher
Mas cada vez mais o meu ego se angustia...
Parabéns amigo
Por seres o meu encantamento
Por teres conquistado a original
Por não saber o que fazer contigo
Aprender a vida na poesia
Mas cada vez mais pergunto porque este tempo passa...
Parabéns amigo
Nunca mais consigo gostar de mais ninguém
Xpto
De mim conservo as mãos erguidas em redor do teu rosto,
e do teu rosto a praia extensa que o vento alisou para sempre.
Não há pegadas senão o ruído das ondas.
SENA, Jorge de, Coroa da Terra, Assóirio e Alvim, 2021, p. 35.
É pau, e rei dos paus, não marmeleiro,
Bem que duas gamboas lhe abrigo;
Dá leite, sem ser árvore de figo,
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro;
Verga, e não quebra, como o zambujeiro;
Oco, qual sabugueiro tem o umbigo;
Brando às vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro;
À roda da raiz produz carqueja;
Todo o resto do tronco é calvo e nu;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!
Para carvalho ser falta-lhe um u;
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar meta-o no cu.
BOCAGE - sonetos completos de Bocage, Lisboa, Círculo de Leitores, 1983, p. 199.
PÉ uma maçada quando a ideologia se agiganta, extravasa e condiciona o que devia ser o principal métier do historiador, isto é, a fria análise de factos e argumentos.
MARQUES, João Pedro, Combates pela verdade - Portugal e os escravos, Lisboa, Guerra e Paz, 2020, p.144
O homem sensato ou inteligente tem possibilidade de sublimar e vencer os seus preconceitos, o estúpido tornar-se-á, irremediávelmente, seu escravo.
TABORI, Paul, História natural da estupidez, Silveira, Book Builders, 2017, p. 128.
definição de poeta
observador de gatos
definição de gato
um pássaro
no coração