Tu tens de aprender a guardar as coisas de pensar. Se souberes escrever, as folhas de papel serão caixinhas onde podes arrumar com palavras tudo aquilo que não queres esquecer. E as folhas de papel, tão planas e aaparentemente vazias, adquiriram fundura, uma imensidão inesperada, porque, se eu soubesse escrever pirilipampo, para sempre um pirilampo estaria ali, talvez até de cauda acesa, à minha espera.
MÃE, Valter Hugo, Contra mim, Porto, Porto Editora, 2020 p.51.
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