DISCRETA FLOR EM BRANCO PRADO, Ó BELA
Figura não caiada em lácteo quadro!
És tu a albina em albino adro,
Por entre estrelas brancas amarela.
E o prado, porque foi ele crescer-te
E aí plantar-te ó astro, rente sol,
Pequena luz na alvura do lençol
Que os dedos do olhar querem colher-te?
No tédio da beleza, da cidade,
Sobressai uma flor e imensa arde
Como um farol em ondas de erva à tarde,
Maravilha fatal da nossa idade.
Num mar de margaridas uma ilha.
Ah, quanto mais se esconde ela mais brilha!
JONAS, Daniel, Nó - sonetos, Porto, Assírio e Alvim,p. 55.
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