domingo, 29 de agosto de 2010

SOMBRA

No Verão é algo que procuramos para fugir ao calor. Afinal, um bom alentejano anda sempre à sombra dos 40 graus e muitos! Mas a sombra é algo que transcende a nós e nos aprisiona, quando caminhamos na rua...


Conforme nos apercebemos pela leitura de um conto de Lídia Jorge, que nos explicita tão bem algo tão natural a nós, mas por vezes tão ignorado devido à sua rápida metamorfose: ... de dia o sol continuava a cair a pino. Se uma pessoa saísse e atravessasse o largo ou qualquer rua, veria ainda a sua sombra agarrada ao corpo, cabeça pregada a uma mancha de rotação de pernas presas à volta da cintura. Pelo solo. Como anão. Um batráquio.

JORGE, Lídia, O dia dos prodígios, Lisboa, Publicações D. Quixote, 2010, p.p. 212-213.

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