domingo, 17 de outubro de 2010

Hortense Mancini

Educada pelos cuidados do tio, o Cardeal Mazarino, que tinha por ela carinhos de pai. Filha de Geronima Mazzarini e do Barão Michele Mancini, seu tio, o Cardeal mazarino, casa-a em 1661 com o Duque de La Meilleraye, com a condição que este tome o nome e as armas dos Mazarino. Nesta ocasião, recebeu do Cardeal os títulos de Duque de Mazarin.

Hortense, jovem, alegre e frívola, amava o mundo, onde se via rodeada por uma multidão de admiradores ; o Duque de Meilleraye, ao contrário, avarento e ciumento, exagerado em sua devoção, fugia da sociedade e obrigava a mulher, cujo dote chegava a trinta milhões, a renunciar à permanência em Paris e de seguí-lo de cidade em cidade em consecutivos mandatos. Ela estabelecer-se-á assim com ele no "Grand-Logis" ("Grande Alojamento") de Mayenne.

Hortense toma finalmente a decisão de libertar-se daquilo que chamava "uma escravidão odiosa" e ela a executou com o auxílio de Philippe, Duque de Nevers, seu irmão, que lhe providenciou cavalos e uma escolta para levá-la até Roma, onde ela contava refugiar-se junto a sua irmã Maria Mancini. O Duque de Meilleraye, furioso com sua mulher, abre queixa contra seu cunhado, o Duque de Nevers, no Parlamento por haver favorecido a partida de Hortense, e obtém um mandato pelo qual estava autorizado a prender a mulher quando e onde o conseguisse.


No entanto, Hortense, cansada das confusões que precisava suportar por parte de seus parentes, escreve ao marido rogando seu perdão e pedindo que a recebesse de volta, prometendo a partir daí seguir apenas seus conselhos ; mas o Duque de Mailleraye responde que, somente após uma estadia da mulher por dois anos num convento, ele veria o que poderia fazer. O dinheiro que ela tinha logo esgotou-se.
O rei Luís XIV de França, que se havia declarado seu protetor, ficou tocado com sua situação ; ele a faz obter uma pensão anual de vinte e quatro mil libras para que volte para Roma, apesar da desaprovação do marido. Ela foge pouco tempo depois dessa cidade, com sua irmã. Separando-se desta última, ela se retira para Chambéry, onde permanece durante três anos na companhia de pessoas distintas por seu espírito e nascimento. Após a morte de Carlos Emanuel II, Duque de Sabóia, também declarado seu protector, Hortense segue para a Inglaterra junto com o Abade de Saint-Réal, que tem com ela uma grande ligação.

O rei Carlos II a acolhe com boa vontade e lhe concede uma pensão de quatro mil libras esterlinas; Hortense recupera o gosto pelos prazeres e abre suas portas para a sociedade mais brilhante de Londres. A Revolução da Inglaterra, que trouxe para o trono Guilherme de Nassau, a priva da pensão que recebia, seu único recurso. O Duque de Mazarin aproveita-se desta circustância para lhe despejar um novo processo ; e obtêm, em 1689, um veredito que a declarava despojada de todos os seus direitos no caso de Hortense recusar-se a voltar para ele. Hortense alega ter contraído dívidas e que não poderia sair da Inglaterra sem antes pagar seus credores. Tudo o que fala, tudo o que tenta é inútil ; ela vê seus móveis confiscados e ela vê-se exposta à maior penúria quando o Rei Guilherme, informado de sua situação, lhe assegura uma nova pensão de duas mil libras esterlinas. Hortense retoma então seus hábitos, passando o inverno em Londres e o verão em Chelsea, cidade à margem do Rio Tamisa, onde desfruta dos prazeres do campo. É lá que morre em 2 de Julho de 1699.

Fonte: Wikipédia.

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