Onde vi nascer as fontes
Entre o naufrágio de sonhos
Perfumados de horizontes.
Trago imagens de papoilas
E a fogueira das queimadas.
Os meus olhos já não podem
Olhar as terras lavradas....
Que caminhos de aflição
Onde as nuvens se juntaram,
Erguendos escuras bandeiras
Que à noitinha desfraldaram!
Venho do Sul, do meu povo,
E trago os ventos roubados
À Natureza onde vivem
Os camponeses cansados.
Mas também trago a saudade
Das formossas madrugadas:
As cantigas do meu povo
Que em surdina são cantadas.
SILVA, Antunes da, Mensagem, Canções do Vento, 1.ª edição, Lisboa, Ed. Europa-América, 1957, p. 13
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