(…) sermos de tal maneira feitos que comparamos tudo connosco, segue-se que a
felicidade ou a desventura jaz nos objectos que contemplamos, e desde então não
há nada mais perigoso que a solidão. A nossa imaginação, levada por natureza a
soerguer-se, e repleta de poesia, cria seres cuja superioridade nos esmaga, e
quando lançamos o olhar para o mundo real, qualquer outro nos parece mais perfeito
que nós mesmos. E isso é muito natural, sentimos tantas vezes que nos faltam
tantas coisas, e o que nos falta por vezes outro parece possuí-lo.
GOETHE, J. W., Werther, Editorial Verbo, Lisboa, s.d., p.89.
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