A Igreja de Santa Clara constitui um dos monumentos mais emblemáticos do gótico mendicante da cidade de Santarém, situando-se na proximidade do Convento de S. Francisco, outro exemplar marcante deste estilo arquitectónico. A igreja é a parte remanescente do antigo convento das clarissas,
aqui estabelecido em 1264. Actualmente, encontra-se rodeada por um
amplo espaço, onde antes se encontravam as dependências conventuais,
demolidas no início do século XX, e nas quais se incluía um claustro maneirista. O edifício está classificado como Monumento Nacional desde 1917.
Na arquitectura, segue os cânones do gótico mendicante: três longas naves de oito tramos, transepto saliente e cabeceira com cinco capelas adjacentes. No topo Norte a grande rosácea gótica, que ajuda a iluminar o interior, é sobrepujada por um escudo com as armas reais. As antigas dependências conventuais foram completamente destruídas.
No interior merece referência o túmulo de D. Leonor Afonso, do séc. XIV, de execução rigorosa. Nas faces da arca vêem-se representadas cenas da Anunciação e da Estigmatização de São Francisco, figuras de freires franciscanos e de monjas clarissas.
O convento seria encerrado em 1902, ano em que faleceu a última freira. O
edifício entra então definitivamente em ruína, sendo os seus bens
vendidos e o seu recheio desbaratado por particulares. Os edifícios
conventuais, incluindo o claustro maneirista,
são demolidos em 1906, tendo apenas sido poupada a igreja. Nas décadas
de 30 e de 40 do século XX, foi levada a cabo uma intervenção que
pretendeu restituir o monumento à sua pureza original, o que determinou a
supressão de todos os elementos não góticos que subsistiam na igreja. Do valiosíssimo espólio perdido, há a salientar o retábulo quinhentista de Contreiras, o cadeiral do coro, os tectos em caixotões, os painéis de azulejos e os restantes elementos barrocos.
Actualmente, a igreja pouco conserva da sua primitiva traça. O edifício é muito longo, apresentando um transepto saliente. A fachada da velha basílica gótica merece destaque pelo seu contrafortado topo poente, enriquecido pela rosácea raiada, com arquivoltas
ornamentadas de besantes ou pérolas, sobre a qual se releva uma moldura
de pedraria esmaltada com as armas reais. Neste topo, ergue-se a torre
sineira, que é rematada por uma bordadura de cachorrada de singular efeito decorativo.
Fonte: Wikipédia e https://www.visitportugal.com/pt-pt/NR/exeres/C24F58E7-A328-4406-BB9C-4AD3649DF85B
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