domingo, 1 de setembro de 2019

Igreja de Santa Clara




A Igreja de Santa Clara constitui um dos monumentos mais emblemáticos do gótico mendicante da cidade de Santarém, situando-se na proximidade do Convento de S. Francisco, outro exemplar marcante deste estilo arquitectónico. A igreja é a parte remanescente do antigo convento das clarissas, aqui estabelecido em 1264. Actualmente, encontra-se rodeada por um amplo espaço, onde antes se encontravam as dependências conventuais, demolidas no início do século XX, e nas quais se incluía um claustro maneirista. O edifício está classificado como Monumento Nacional desde 1917. 


 Na arquitectura, segue os cânones do gótico mendicante: três longas naves de oito tramos, transepto saliente e cabeceira com cinco capelas adjacentes. No topo Norte a grande rosácea gótica, que ajuda a iluminar o interior, é sobrepujada por um escudo com as armas reais. As antigas dependências conventuais foram completamente destruídas.

No interior merece referência o túmulo de D. Leonor Afonso, do séc. XIV, de execução rigorosa. Nas faces da arca vêem-se representadas cenas da Anunciação e da Estigmatização de São Francisco, figuras de freires franciscanos e de monjas clarissas.

 O convento seria encerrado em 1902, ano em que faleceu a última freira. O edifício entra então definitivamente em ruína, sendo os seus bens vendidos e o seu recheio desbaratado por particulares. Os edifícios conventuais, incluindo o claustro maneirista, são demolidos em 1906, tendo apenas sido poupada a igreja. Nas décadas de 30 e de 40 do século XX, foi levada a cabo uma intervenção que pretendeu restituir o monumento à sua pureza original, o que determinou a supressão de todos os elementos não góticos que subsistiam na igreja. Do valiosíssimo espólio perdido, há a salientar o retábulo quinhentista de Contreiras, o cadeiral do coro, os tectos em caixotões, os painéis de azulejos e os restantes elementos barrocos.

 Actualmente, a igreja pouco conserva da sua primitiva traça. O edifício é muito longo, apresentando um transepto saliente. A fachada da velha basílica gótica merece destaque pelo seu contrafortado topo poente, enriquecido pela rosácea raiada, com arquivoltas ornamentadas de besantes ou pérolas, sobre a qual se releva uma moldura de pedraria esmaltada com as armas reais. Neste topo, ergue-se a torre sineira, que é rematada por uma bordadura de cachorrada de singular efeito decorativo. 

Fonte: Wikipédia e https://www.visitportugal.com/pt-pt/NR/exeres/C24F58E7-A328-4406-BB9C-4AD3649DF85B

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