... quando apenas fores música da vida,
procura-me encantada e sorridente.
As mansas as nuvens passam sobre a gente,
e basta não olhá-las! Quanta ida,
neste arvoredo, que no veneno olvida,
como jamais eu próprio, a repetida
e teneberosa astúcia do poente!
Morrem as eras, no que a se não sente.
Assim eu te ouça,e tenha confiança,
nas outras mortes que me abandonarem.
Assim tu me procures, qual criança
pé ante pé, enquanto a não fitarem.
_ que rendida,virá mais vida imensa,
como vem sempre que um murmúrio vença.
SENA, Jorge de, Coroa da Terra, Lisboa, Assírio e Alvim, 2021, p. 100.
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