Os músculos tremem e dão sinal de estarem a chegar ao limite de qualquer coisa pouco desejada, como uma tendinite ou, na melhor das hipótese, uma cãibra. Talvez seja a desidratação ou o esforço da subida. Ou o tempo acumulado a caminhar. Mas a prostração do corpo tem uma relação inversa na paz do espírito. É um dos efeitos mais transcendentais do pedestrianismo, seja ele de inspiração religiosa ou de motivação naturalista: o aumento do cansaço físico é diretamente proporcional ao sossego da alma.
CADILHE, Gonçalo, Por este rio acima - No primeiro trekking da História de Portugal, Lisboa, Clube do Autor, 2020, p. 76.
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