O amor causa-me
horror, é abandono
E sinto horror a
abrir o ser a alguém.
A confiar
n’alguém.
Abandonar-me em
braços nus e belos
(inda que deles o
amor viesse)
Seria violar meu
ser profundo.
Pensar em dizer
“amo-te”
E “amo-te” só –
só isto me angustia…
Só a inocência e
a ignorância são
Felizes, mas não
o sabem.
PESSOA, Fernando,
Fausto – leitura em 20 quadros, Lisboa, Relógio d’ Água Editores, 1994, p. 80.
Sem comentários:
Enviar um comentário