O amor não se confrange,
O amor não se combate.
É como a luz do Sol que tudo abrange,
É como um raio audaz que tudo abate;
É como em terra fecundante a flor,
Viceja e medra, embora se não trate.
Não se confrange o amor,
O amor não se combate.
O amor não se comenta,
O amor não se discute.
Embalde imploro á minha alma sedenta
Que me oiça, que me atenda, que me escute,
Em vão busco acalmar o louco ardor
Desta paixão letal que me atormenta.
Não se discute o amor.
O amor não se comenta.
Augusto Gil - Obra Poética, 1.º vol., Lisboa, Círculo de Leitores, 1983, p. 51.
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