Aqui está a minha vida - esta areia tão clara
Com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está a minha voz - esta concha vazia,
Sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está a minha dor - este coral quebrado,
Sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está a minha herança- este mar solitário
Que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.
Meireles, Cecília, Antologia Poética, 3.a edição, Rio de Janeiro, Relógio d' Águas Editores, 2002, p.102.
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