Deixei atrás de mim, como falsas, todas as certezas, e como as abandonei
não tenho ponto de apoio para amar ou odiar qualquer cousa, para a perceber
verdade ou perceber outra cousa mentira. Hoje sei que o espírito humano é mais
fantasioso que eu julgava, que a verdade é mais obscura que eu cria, e que,
medindo e caminhando e tudo, tão fácil e seguro é defender uma cousa ou outra
neste mundo…
PESSOA, Fernando, Uma tarde clerical, A estrada do esquecimento e outros contos, Maia, Porto
Editora - Assírio & Alvim, 2015, pp. 47-48.
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