Da Foz do Guadiana à Vila do Infante,
Das Caldas de Monchique à raia de Alcoutim,
A luz, como um pintor cubista e delirante
Lança em tela ideal a graça de um jardim.
E à terna orquestração de cigarras e ninhos
Respondem, a gemer, em nostalgia breve,
Branquinhas, a rolar, as velas dos moinhos
Que são mocinhas tontas, de cabeça leve…
E as cidades em festa, as vilas, as aladeias!
Feiras e procissões, foguetes, bailaricos!
Alegrias pagãs, risos! Estardas cheias
De Sol, e montanheiras lindas em burricos!
Olha Lagos mirando o espelho da Baía!
Portimão trabalhando, e ali só a dois passos,
A Rocha, ardendo ao rubro em rara pedraria,
Enquanto Olhão, de bioco, acena dos terraços!.
BRAZ, João, Esta riqueza que o senhor me deu – Poemas, s.l., 2.ª edição, Edição do Autor, 1978, p. 65.
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