Montoito, concelho do Redondo |
Ó Alentejo dos pobres
reino da desolação
não sirvas quem te despreza
é tua a tua nação.
Não vás a terras alheias
lançar sementes de morte
é na terra do teu pão
que se joga a tua sorte.
Terra morena de Moura
terra sangrenta de Serpa
vias de angústia em botão
dor cerrada em Baleizão.
Ó margem esquerda do Verão
mais quente de Portugal
margem esquerda deste amor
feito de fome e de sal.
A foice dos teus ceifeiros
trago no peito gravada
ó minha terra vermelha
como bandeira sonhada.
RODRIGUES, Urbano Tavares, Poesia - Horas de vidro, Alfragide, Publicações D. Quixote, 2010, pp.25-26.
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