sexta-feira, 30 de junho de 2023
quinta-feira, 29 de junho de 2023
2022, 2023
E mais um ano se passou e esta quarentona vai crescendo aos poucos... 2022 foi dose, muita auto-reflexão, muito sofrimento - especialmente no final de Fevereiro e início de Março, altura em que me senti a mais só e desafortunada mulher à face da terra - muitos não sabem nem querem saber mas quando a nossa vida está rodeada de solidão - essa sombra aperta-nos, não só o coração, mas sufoca-nos o próprio respirar... e isso contribui para no lado profissional - perdemos as forças de auto-defesa porque o teu colega adora atacar a tua fraqueza e detesta perguntar a simples questão "estás bem?"
Tive de lutar contra a injustiça, a inveja e o cinismo mas consegui levantar-me!!! Felizmente que fui mais forte que a tristeza, mas para isso tive de me afastar como única forma de sobrevivência. Contudo, até isso me doeu pois vi a minha mãe em risco de perder a vida...
No meio de tanto caos, algo surpreendente me ajudou a recuperar, a dar esperança de conseguir algum dia ser feliz, o rapaz que tanto me atraíra no ano passado ressuscitou do seu silêncio, sem mais nem menos, e continuou sem papas na língua...
E o meu sorriso foi aparecendo aos poucos até voltar a brilhar, apesar daquela nega do cafezinho me ter causado sofrimento; e depois de alguma conversa misturada de atrevimento chegou-se a um entendimento quando percebi o que ele realmente queria. Somos tão diferentes, meus Deus! Isto só prova que os opostos se atraem porque ainda hoje me pergunto porque me sinto tão atraída por este louco adorável. Contudo, este ano levanta-se a grande questão se assim é, com tanta espera e expectativa frustrada... aprender tem custos em tudo nesta vida...
E agora chegando ao meio de mais um novo ano, em que tento inovar e procurar ser feliz, aprendo que a atração é muito pior que o amor, que o silêncio não é passageiro mas constante. Verifiquei também que por mais que abdiques da tua vida pessoal em face ao profissional, os teus colegas far-te-ão sempre a vida negra porque o melhor deste mundo é a falsidade, mentira, intrujice e falta de escrúpulos (tanto que a bondade deste coração tem de enfrentar).
Continuo a desejar alcançar a mudança, atingir o brilho que consegui no verão passado. Contudo, a solidão persiste, evito estar em casa o máximo possível e estar sempre em movimento para sair da rotina - ganhei uma ânsia de viver, meus Deus!! Não consigo parar - uma auto-defesa para fugir aos meus pensamentos e às nuvens de tristeza que nunca me largam... Por isso desejo fazer algo de novo uma vez por mês e assim vou superando de mês a mês os recordes de caminhadas!!
A ver vamos o que me reserva os restantes seis meses de 2023 -se é agora que vou atingir muitos e bons sonhos!!
quarta-feira, 28 de junho de 2023
segunda-feira, 26 de junho de 2023
Por caminhos só rectos, não sei ir
Por caminhos só rectos, não sei ir.
Nos ínvios por que vou, não sei ficar.
Suspenso do passado e do provir,
Venho e vou!, venho e vou!, não sei parar.
Abri asas nas mãos para fugir,
E raízes nos pés para amarrar.
(Levava chão nos pés indo a subir,
Trazia céu nas mãos vindo a baixar....)
Eis, porém, que estes dons ultra-humanizam,
E os homens, meus irmãos, se escandalizam
E me apontam as asas e as raízes.
Assim se castram ele próprios, pobres!.
tendo-se, mais vis, por mais felizes,
Se satisfazem com seus magros cobres...
RÉGIO, José, Biografia, 6.ª edição, Guimarães, Ópera Omnia,2020, p.26.
domingo, 25 de junho de 2023
sábado, 24 de junho de 2023
o que não pode ser dito
O que não pode ser dito
guarda um silêncio
feito de primeiras palavras
diante do poema, que chega sempre demasiadamente tarde
PINA, Manuel António, Todas as palavras - poesia reunida, Porto, Assírio e Alvim, 2012, p. 181.
quinta-feira, 22 de junho de 2023
Manifestação matinal
quarta-feira, 21 de junho de 2023
E hoje começa o Verão
E foi assim, com a luz do sol e os esplendorosos rebentos de folhas a crescer nas árvores, precisamente como nos documentários em câmara rápida, que tive aquela certeza, tão familiar, de que a vida recomeçava com o verão.
FITZGERALD, F.Scott, O Grande Gatsby, Porto, Porto Editora, 2020, p. 12.
Os perigos do verão
Era o verão, o seu desassossego.
Era o desejo,
o desejo rompendo da sombra
sem caminho, e doía.
Era o ardor, o mais diáfono
irmão da melancolia.
Era o amor, o espanto
do amor, desarmado,
sem abrigo.
Era o deserto, o deserto à porta;
e fervia.
ANDRADE, Eugénio de, Ofício de Paciência, Porto, Assírio & Alvim, 2018, p. 54.