Por caminhos só rectos, não sei ir.
Nos ínvios por que vou, não sei ficar.
Suspenso do passado e do provir,
Venho e vou!, venho e vou!, não sei parar.
Abri asas nas mãos para fugir,
E raízes nos pés para amarrar.
(Levava chão nos pés indo a subir,
Trazia céu nas mãos vindo a baixar....)
Eis, porém, que estes dons ultra-humanizam,
E os homens, meus irmãos, se escandalizam
E me apontam as asas e as raízes.
Assim se castram ele próprios, pobres!.
tendo-se, mais vis, por mais felizes,
Se satisfazem com seus magros cobres...
RÉGIO, José, Biografia, 6.ª edição, Guimarães, Ópera Omnia,2020, p.26.
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