Era o verão, o seu desassossego.
Era o desejo,
o desejo rompendo da sombra
sem caminho, e doía.
Era o ardor, o mais diáfono
irmão da melancolia.
Era o amor, o espanto
do amor, desarmado,
sem abrigo.
Era o deserto, o deserto à porta;
e fervia.
ANDRADE, Eugénio de, Ofício de Paciência, Porto, Assírio & Alvim, 2018, p. 54.
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