sábado, 2 de setembro de 2023

Balão esvaziado

Cansei os braços

a pendurar estrelas no céu.

Destino dos fados lassos.

Tudo termina em cansaços

braços e estrelas

e eu.

(...)

Reacendem húmus as ancas.

terras morenas e brancas,

campo do jogo androceu.

Afrouxam os braços lassos.

Tudo termina em cansaços,

terras

e braços

e eu.


Estrelas, pântanos, abismos,

patamares da mesma escada,

dedos da mesma aliança.

Tudo morre em tédio e em nada.

Tudo maça.

Tudo enfada. Tudo pesa.

Tudo cansa.

 

GEDEÃO, António, Poemas, Lisboa,  Palavrão Associação Cultural, 2015, p. 52

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