domingo, 31 de março de 2024
sábado, 30 de março de 2024
Nunca estou sozinho
Como já não quero explicar-me
tornei-me uma pedra
Como já não desejo ninguém
nunca estou sozinho
COHEN, Leonard, A Chama, Lisboa, Relógio d´Água, p. 247.
Indústria
OLIVEIRA, José Carlos, Jangada in De passagem, Porto, Assírio e Alvim, 2018, p. 33.
sexta-feira, 29 de março de 2024
quinta-feira, 28 de março de 2024
quarta-feira, 27 de março de 2024
Não me esqueças
segunda-feira, 25 de março de 2024
domingo, 24 de março de 2024
Para quem não é nada, como um rio, o correr deve ser vida
Bernardo Soares - PESSOA, Fernando, Tenho medo de partir - um livro de viagens, Lisboa, Guerra e Paz, 2018, p. 156.
Se um dia houver domingo à tarde
se um dia houver
domingo à tarde
uma canção
que possa dizer-se devagar
para que nunca se acabem
as coisas que nos fazem
sorrir
que nos fazem pensar
que haverá sempre chuva
e dias como este
duas ou três mãos
à nossa volta um beijo
um abraço um gesto largo e autêntico
uma palavra que tenha
a forma de barco
PIRES, Carlos Lopes, Se houver domingo à tarde, Leiria, Hora de Ler, 2021, p. 12.
sábado, 23 de março de 2024
Há ambientes que nos dão raiva em vez de bondade
MÃE, Valter Hugo, Contra mim, Porto, Porto Editora, 2020 p. 238.
Passageira da noite
CORREIA, Natália in PEDREIRA, Maria do Rosário, DUARTE, Aldina, Esse fado vaidoso, Lisboa, Quetzal, 2022, p.p. 166-167.
sexta-feira, 22 de março de 2024
Cada dia/ que não sei de ti...
cada dia
que não sei de ti
não é a mim que encontro
porque repito e repito
palavras actos e omissões
e ou e venho
por ruas e mais ruas
vezes sem conta
sou o caminho que vai
ao desencontro
de onde nunca estás
Primavera
A Primavera vem dançando
com os seus dedos de mistério e de turquesa
Vem vestida de meio dia e vem valsando
entre os braços dum vento sem firmeza
Só este inquieto esvoaçar do teu sorriso
Loiro o rosto o olhar não sei se mente
se de tão negro e parado é um aviso
Ai, a Primavera vai passando
com os seus dedos de mistério e de turquesa
Segue Primavera vai cantando
Que será do nosso amor nesta praia de incerteza
RODRIGUES, Urbano Tavares, Poesia - Horas de vidro, Alfragide, Publicações D. Quixote, 2010, p. 43.
quinta-feira, 21 de março de 2024
Colher poemas
MÃE, Valter Hugo, Contra mim, Porto, Porto Editora, 2020, p. 280.
Como não sei o que é o amor
como não sei
o que é o amor
fui perguntar a um pássaro
e perguntei-lhe porque voa
e que espécie de ar
o sustenta
o quê
porque geralmente
não sei o que é o amor
não sei
e o pássaro
que possui o prodígio
dos impossíveis
pousou
no meu coração
A história humana é feita de muita atrocidade
(...) a história humana é feita de muita atrocidade. O ideal seria que pudéssemos corrigir os males passados, ou, melhor ainda, que eles nunca tivessem acontecido. Mas nós não temos esse poder e, se o tivéssemos, se calhar não saberíamos usá-lo. Já seria muito bom que os Estados reparassem as barbaridades e injustiças actuais, aquelas que estão ao alcance da sua mão. Ir para além disso, culpabilizar um qualquer povo por acontecimentos ocorridos há centenas de anos, é um princípio de responsabilização retroactiva que não tem sentido.
MARQUES, João Pedro, Combates pela verdade - Portugal e os escravos, Lisboa, Guerra e Paz, 2020, p.20.