(...) a história humana é feita de muita atrocidade. O ideal seria que pudéssemos corrigir os males passados, ou, melhor ainda, que eles nunca tivessem acontecido. Mas nós não temos esse poder e, se o tivéssemos, se calhar não saberíamos usá-lo. Já seria muito bom que os Estados reparassem as barbaridades e injustiças actuais, aquelas que estão ao alcance da sua mão. Ir para além disso, culpabilizar um qualquer povo por acontecimentos ocorridos há centenas de anos, é um princípio de responsabilização retroactiva que não tem sentido.
MARQUES, João Pedro, Combates pela verdade - Portugal e os escravos, Lisboa, Guerra e Paz, 2020, p.20.
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