Não sei ser útil, como a chuva
Nas raízes das árvores,
Ou o osso que o cão fareja:
Já tentei - se tivesse
De dançar como uma abelha,
Em frente da colmeia,
De certo erraria os passos
E indicaria um rumo estéril.
O destino, erros na transcrição
De aminoácidos, uma educação
Inadvertidamente condenada
Ao fracasso? Já tive
Momentos de felicidade,
Ignorando mãos, gestos,
Propósitos. Temo que,
Um dia destes, a minha
Morte não sirva para nada.
OLIVEIRA, José Carlos, Jangada in De passagem, Porto, Assírio e Alvim, 2018, p. 33.
Sem comentários:
Enviar um comentário