Escultura eborense de Alípio Pinto (n. Ligares, 1951) que licenciou-se em Artes Plásticas — Escultura em
1982 pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. O conhecimento em torno dos metais reflecte-se nas suas esculturas criando uma nova linguagem plástica através do recurso do aço, aço corten
e aço inox e da policromia destas matérias. Rompe com as patines monocromáticas aplicadas nos antigos bronzes e explora um novo caminho, recorrendo-se
das técnicas tradicionais e das novas técnicas que a experiência metalúrgica
proporcionou, nomeadamente o processo da galvanoplastia.
Na década de oitenta Alípio Pinto ousou desenvolver este conjunto escultóricos em aço inox — o Monumento ao Bombeiro Voluntário de Évora, 1984, em Évora. O aço inox começou a ser escolhido para a realização de esculturas
e monumentos pois possui resistência a amplitudes térmicas, mas sobretudo
resistência à oxidação atmosférica que é a sua principal característica, sendo
mais duradoiro. Todavia é mais atractivo pois suporta uma diversidade de acabamentos de superfície, não liberta manchas de corrosão como acontece com o
aço corten permitindo facilmente a sua limpeza que perdura mais tempo que o
habitual. O Monumento de Évora é um exemplo do forte apelo visual que o ferro e o aço trouxeram para a modernidade, pois a escultura com onze metros de
altura é composta por uma linha curvilínea em aço inox, que está fixa ao capacete do Bombeiro (superfícies em aço policromado de vermelho) em apenas um
ponto, transmitindo uma enorme leveza e exaltação.
FONTE: Alípio Pinto
ANA SOFIA MOREIRA MENA*
Artigo completo submetido a 30 de dezembro de 2015 e aprovado a 10 de janeiro de 2016.
*Portugal, escultora. Estudante de doutoramento. Licenciatura em Artes Plásticas / Escultura,
Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL). Mestrado em Escultura Pública,
FBAUL.
AFILIAÇÃO: Universidade de Lisboa, Faculdade de Belas Artes, Centro de Investigação e Estudos em Belas Artes (CIEBA).
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