Rapariga que passas perguntando
talvez por mim
se a nossa pátria eu quis mais livre para ti
e se por ela me perdi
tu que por nós andas há séculos chorando
deixa correr na tua face
como se fosse a própria pátria que chorasse
uma lágrima por mim.
Agora que me vou
com mil punhais no pensamento
e um pedaço de terra portuguesa
tu que não sabes quem eu sou
veste o teu rosto de tristeza
e em segredo por mim acende lágrimas no vento.
ALEGRE, Manuel, Praça da Canção, Lisboa, 5.ª edição, D, Quixote, 2015, p. 93.
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